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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, respondeu às acusações feitas pelo vice-presidente do PT e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, sobre uma suposta ligação com um funcionário fantasma na autarquia municipal Serviços de Obras de Maricá (Somar). A ministra negou qualquer irregularidade e afirmou que a denúncia faz parte de uma perseguição política.
Quaquá anunciou que acionará a Comissão de Ética do PT contra Anielle, alegando que Alex da Mata Barros, ex-assessor especial da presidência da Somar, teria sido indicado por ela ao cargo. A prefeitura de Maricá informou que instaurou uma sindicância para “apurar o caso” e declarou que “uma vez identificadas irregularidades, serão adotadas medidas cabíveis e a responsabilização dos envolvidos.”
No entanto, o Ministério da Igualdade Racial afirmou, por meio de nota, que a ministra não realizou indicações para a prefeitura de Maricá ou para a vaga de consultor financiada pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), da qual Alex da Mata Barros participou. A pasta esclareceu que “os consultores participantes do projeto são contratados e remunerados diretamente pelo Banco CAF em apoio e fortalecimento do Ministério da Igualdade Racial. O edital de seleção foi elaborado seguindo os critérios e padrões internacionais informados pelo banco.”
Além disso, reforçou que “a consultoria é financiada com recursos de cooperação internacional, seguindo os parâmetros legais do padrão de apoio institucional do Governo Federal.” O Ministério também afirmou que “os selecionados têm experiência e capacidade técnica compatíveis com o cargo e prestam serviços conforme suas expertise e currículos.”
Anielle destacou que “perseguição política e violência política não serão toleradas e toda e qualquer tentativa de desinformação e fake news serão respondidas à altura, por medidas cabíveis.”
A tensão entre Anielle e Quaquá não é recente. Em janeiro deste ano, a ministra já havia acionado a Comissão de Ética do PT contra o dirigente após ele sair em defesa dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, irmã da ministra. Na época, Quaquá publicou fotos com familiares dos acusados e alegou que não havia provas contra eles. Anielle, por sua vez, afirmou que as declarações do petista “descredibilizam, de forma irresponsável e leviana, os esforços pela luta por justiça e as deliberações internas do Partido dos Trabalhadores.”
O caso segue em apuração tanto pela Comissão de Ética do PT quanto pela sindicância instaurada na prefeitura de Maricá.