
Ministra da Igualdade Social, May Golan, é do mesmo partido que Netanyahu
A ministra da Igualdade Social israelense, May Golan, de extrema direita, foi presa depois que uma batida policial em sua casa – parte de uma “investigação de corrupção cada vez maior” – descobriu um “laboratório de drogas” administrado por seu marido, de acordo com relatos de meios de comunicação israelenses.
Golan, que é do Likud, o partido de Netanyahu, é notória por declarar que tem “orgulho de ser racista” e insiste em que “é nosso direito ser racista”. Em outra ocasião, se disse “orgulhosa das ruínas de Gaza” em mais uma autodeclaração de genocídio.
Se o primeiro-ministro pode escapulir do julgamento por corrupção, ainda que à custa de um genocídio, o que será que Golan precisará fazer para adiar a acusação de tráfico de drogas?
A busca e apreensão no escritório da ministra foi por suposto desvio de verbas de públicas para fins privados por meio de fundações sem fins lucrativos. Ainda segundo a mídia israelense, um advogado próximo à ministra do roubo, digo, da “Igualdade Social” foi preso na manhã de segunda-feira, assim como outros cinco cúmplices.
Segundo uma fonte policial, um deles é próximo do notório fanático fascista, Gvir, Ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, e chefe de uma ONG israelense.
Golan disse à polícia na manhã de segunda-feira que concordaria em comparecer para interrogatório à tarde. No entanto, em uma declaração pública posterior, ela ameaçou não cooperar a menos que a polícia libertasse todos os seus colaboradores, registrou o jornal Haaretz.
Em uma investida contra a procuradora-geral que preside o processo de Netanyahu por corrupção, May Golan declarou: “Cresci com viciados em drogas e prostitutas”, escreveu ela. “Não me comovo com as ameaças de uma ex-procuradora-geral com conflito de interesses que está me convidando para interrogatório porque não tolera minhas críticas a ela e às suas atividades vis contra o governo israelense e o povo israelense.”
A investigação sobre a ministra foi iniciada após uma reportagem veiculada no início deste ano no Canal 12 News, alegando que ela havia indevidamente usado fundos de uma organização sem fins lucrativos que fundou e maltratado funcionários em seu escritório.
De acordo com a reportagem, a organização sem fins lucrativos fundada por Golan, a “Cidade Hebraica”, teoricamente para combater a presença de requerentes de asilo no sul de Tel Aviv, recebeu doações substanciais que nunca foram gastas com os fins pretendidos.
Golan supostamente recebia da ONG um salário mensal no valor de milhares de shekels, um pagamento ilegal devido à sua participação no conselho de ministros.
Em mais um aspecto da podridão governamental em Israel, o relatório também revela nepotismo: associados próximos de Golan arranjaram empregos governamentais para seus parentes. Um deles, o advogado Ehud Gabay, também atuou como membro do conselho da ONG de Golan e recebeu pagamento do Knesset e da ONG fundada por Golan por serviços, incluindo consultoria jurídica por um processo que nunca foi movido.
Golan rejeitou as alegações, classificando o relatório como falso e alegando que as gravações nele apresentadas foram “criadas por IA”.
Em julho, a procuradora-geral Gali Baharav-Miara e o procurador-geral Amit Aisman ordenaram uma investigação da ministra por suspeitas de suborno, fraude, abuso de confiança e apresentação de declaração falsa.
Também na segunda-feira, o ombudsman israelense para queixas contra o Ministério Público Estadual e a promotoria policial publicou um relatório criticando a conduta das autoridades na investigação de um incidente de trânsito no qual Golan atropelou um motociclista, que ficou ferido. O comissário, o juiz aposentado Menachem Finkelstein, escreveu no relatório que houve em “um atraso significativo no tratamento do caso pelas autoridades policiais” e que “a ministra – por meio de seus advogados – se recusa a comparecer para interrogatório, apesar das repetidas exigências do Ministério Público e da polícia”.
Somente após a publicação do Haaretz a ministra contatou a polícia para marcar o interrogatório. O relatório da ouvidoria não abordou as outras suspeitas contra a ministra.