O Ministério da Cidadania, chefiado por Onyx Lorenzoni, recebeu mais de R$ 3,1 bilhões em recursos extraordinários que seriam destinados a ações de assistência social e programas de segurança alimentar durante a pandemia de Covid-19. Porém, até a última sexta-feira (1), nem um centavo do recurso havia sido gasto pela pasta.
No fim de semana, o ex-chefe da Casa Civil participou de ato golpista contra as instituições democráticas convocado pelo bolsonarismo.
Entre as despesas que não saíram do papel está a destinação de R$ 9,5 milhões para programas de alimentação em Roraima, onde o fluxo de imigrantes na fronteira com a Venezuela é preocupante. Também empacou os R$ 2,5 bilhões para a rede do Sistema Único de Assistência Social.
Questionada, a assessoria do ministro disse que encontrava-se de folga por causa do dia do Trabalho e que não poderia responder sobre a demora do empenho dos recursos.
Está sob o guarda-chuva de Onyx também o auxílio emergencial, cujo pagamento enfrenta dificuldades e é alvo de críticas. Milhares de pessoas reclamam que não receber o dinheiro até hoje.
Mais de 46 milhões de brasileiros não tiveram cadastro aprovado pela Caixa Econômica. Nesta segunda-feira (4), imensas filas foram registradas em agências de todo o país, com a expectativa para o pagamento aos nascidos nos meses de setembro e outubro.
Do total de 96,9 milhões que deram entrada no pedido de auxílio, 32,77 milhões de CPFs foram considerados inelegíveis e 13,67 milhões ainda estão sob análise. Os cadastros analisados referem-se ao período entre 7 e 22 de abril.
Até o final da semana passada, a Caixa Econômica pagou R$ 35,5 bilhões a 50 milhões de pessoas. Enquanto o tempo passa, o governo se atrapalha e não apresenta alternativas para o dinheiro chegar às mãos de quem mais precisa.