O ministro da Defesa, José Múcio, defendeu o investimento público na área da Defesa visando o “desenvolvimento social, econômico e tecnológico” do país.
Para ele, o investimento em Defesa no Brasil está aquém do necessário. “Precisamos equilibrar os investimentos em defesa para que possamos atingir níveis compatíveis com a nossa dimensão territorial e com a estatura geopolítica do Brasil”.
Os investimentos na área setor militar, enfatizou, “além de gerar bem-estar, garantir a nossa integridade e soberania e nos fazer respeitar como Nação, tem o potencial de contribuir com o desenvolvimento social, econômico e tecnológico do Brasil”.
José Múcio participou de uma reunião da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (17).
Na terça-feira (11), ministro da Defesa já tinha defendido o aumento do orçamento da área para 2% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços do país), de forma gradativa. Segundo ele, atualmente o montante está em 1,3%.
“Estamos bem aquém desse patamar [de 2%]. Precisamos equilibrar os investimentos em defesa para que possamos atingir níveis compatíveis com a nossa dimensão territorial e com a estatura geopolítica do Brasil”, comentou.
“Temos necessidades de recursos em outras áreas”, disse o ministro. “Temos muitos desempregados, muita gente passando fome. É muito difícil discutir isso [aumento do orçamento da Defesa] quando a fome e o desemprego ainda são os nossos maiores adversários”.
DISCIPLINA
No encontro da Câmara, Múcio frisou que as Forças Armadas estão distantes de disputas político-partidárias
José Múcio apontou que “nossos militares possuem elevado grau de disciplina. Tem comandantes competentes e comprometidos que lideram com responsabilidade seus subordinados em todos os níveis e são conscientes de suas responsabilidades perante a pátria à qual servem com dedicação”.
Áudios de pessoas ligadas ao ex-presidente Bolsonaro mostram que havia uma pressão para que as Forças Armadas, em especial o Exército, aderissem ao plano golpista que visava impedir a posse de Lula.
Elcio Franco, ex-nº 2 no Ministério da Saúde, e Ailton Barros, “segundo irmão de Bolsonaro”, foram flagrados discutindo um golpe de estado. Eles queriam que o Batalhão de Operações Especiais do Exército, de Goiânia, fosse usado para o golpe de Estado e para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro José Múcio ainda falou que as Forças Armadas têm o direito de buscar o Congresso Nacional para que seus setores fiquem de fora do “arcabouço fiscal” elaborado por Fernando Haddad, da Economia, que restringe investimentos.
“Cada arma tem procurado, vamos dizer, se defender do arcabouço. Aliás, vários setores estão tentando ficar de fora”, falou. Múcio disse que “pedir não é pecar”.