
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, atacou o presidente Lula chamando-o de antissemita e “apoiador do Hamas”. O texto publicado nas redes sociais está em português e acompanha uma imagem de Lula sendo usado como marionete do líder do Irã, Ali Khamenei.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil respondeu dizendo que as acusações são mentirosas e lembrando que o governo de Israel bombardeou, na segunda-feira (25), um hospital na Faixa de Gaza e deixou pelo menos 20 mortos.
O Ministro da Defesa e ex-chanceler israelense, Israel Katz, voltou a proferir ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis contra o Brasil e o Presidente Lula.
— Itamaraty Brasil 🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) August 26, 2025
“Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras e agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital Nasser, em Gaza, que provocou a morte de ao menos 20 palestinos, incluindo pacientes, jornalistas e trabalhadores humanitários”, disse o Itamaraty em nota.
Katz reclamou pelas redes sociais que Lula retirou o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA, em inglês), órgão que é utilizado pelo governo de Israel para pressionar países e impedir a solução dos dois estados.
De acordo com o ministro israelense, Lula “revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA”.
A avaliação do governo Lula é de que o IHRA defende um conceito de antissemitismo que impede críticas ao governo de Israel e aos ataques que ele tem realizado contra a população palestina.
Israel Katz, que é um dos chefes do genocídio dos palestinos, se orgulha de ter tornado o presidente Lula persona non grata em Israel por ter comparado o morticínio que o país realiza em Gaza ao Holocausto.
O Itamaraty apontou que “as operações militares israelenses em Gaza já resultaram na morte de 62.744 palestinos, dos quais um terço são mulheres e crianças, e em uma política de fome como arma de guerra imposta à população palestina”.
“Como Ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”, continuou o Ministério.
O governo brasileiro aderiu à denúncia feita pela África do Sul acerca do genocídio na Faixa de Gaza.
A resposta do governo de Israel é de que está lutando “por sua própria existência”. Essa é a mesma justificativa utilizada sempre que o país tem que explicar seus crimes de guerra. Foi também a alegação de Hitler para atacar outros povos.
Leia nota do Itamaraty sobre ataques:
Ataques israelenses contra hospital na Faixa de Gaza, Estado da Palestina
O governo brasileiro expressa firme condenação aos bombardeios de forças israelenses realizados em 25 de agosto contra o hospital Nasser, em Khan Younis, Sul da Faixa de Gaza, que provocaram a morte de ao menos 20 palestinos — incluindo jornalistas e trabalhadores humanitários — e o ferimento de outras dezenas de pessoas.
Hospitais e unidades médicas gozam de proteção especial pelo Direito Internacional Humanitário, e ataques a tais instalações podem configurar crimes de guerra, conforme as Convenções de Genebra de 1949 e seus Protocolos Adicionais. O bombardeio contra o hospital Nasser soma-se a um padrão reiterado de violações perpetradas pelo governo de Israel contra a população palestina. A responsabilização por tais atos é condição essencial para evitar sua repetição e assegurar justiça às vítimas.
O governo brasileiro conclama a comunidade internacional e os mecanismos competentes das Nações Unidas a assegurar a realização de investigação independente, imparcial e transparente, de forma a garantir a devida responsabilização pelos atos.
Ao reiterar apelo por cessar-fogo imediato, o Brasil insta o governo de Israel a interromper os ataques contra a população civil de Gaza, a assegurar aos jornalistas o direito de desempenhar livremente e em segurança seu trabalho e a levantar restrições vigentes à entrada de profissionais da imprensa internacional e de ajuda humanitária naquele território.