“O povo baiano e sergipano tem pago preços de combustíveis mais caros do que em regiões de influência das refinarias cujo controle é da Petrobrás. Entendemos que empresa deve avaliar recomprar a RLAM”, disse Alexandre Silveira
O ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, defendeu neste domingo (3) a recompra pela Petrobrás da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), segundo informa o site do MME. Ele demonstra preocupação com as populações de Bahia e Sergipe desde a privatização da refinaria ocorrida no governo Bolsonaro, pois os moradores desses estados não estão sendo beneficiados pelo Preço de Competitividade Interna (PCI) previsto na nova estratégia comercial da Petrobrás.
“O povo baiano e sergipano tem pago preços de combustíveis mais caros do que em regiões de influência das refinarias cujo controle é da Petrobrás. Entendemos do ponto de vista da segurança energética e da nova geopolítica do setor de petróleo e gás, respeitadas as regras de governança da Companhia, que a Petrobrás deve avaliar recomprar a RLAM. É um ativo histórico e que fez parte da estratégia de desmonte do Sistema Petrobrás e nunca deveria ter sido vendido”, argumentou Silveira.
Ao mesmo tempo o ministro trabalha pela concretização da parceria estratégica entre a Petrobrás e a multinacional Acelen, que controla a RLAM, no projeto de biorrefino do óleo de macaúba. Nesta missão de atrair recursos, promover a descarbonização e diversificar nossa matriz energética, o ministro tem mantido reuniões frequentes com representantes do governo dos Emirados Árabes Unidos para tratar de investimentos e fundos soberanos do país no Brasil, afirma reportagem no site do MME.
“O Brasil se destaca na transição energética. Recentemente, ultrapassamos a marca de 100 milhões de créditos de descarbonização emitidos, os chamados CBIOs. Por meio de projetos dessa natureza, nosso objetivo é exportar créditos de carbono e promover uma onda de neoindustrialização, gerando empregos e renda para brasileiras e brasileiros”, reforçou Alexandre Silveira.
O projeto de biorrefino da macaúba – espécie de coco nativo do Brasil – será um dos destaques brasileiros na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) que, neste ano, vai ocorrer entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai. O uso do fruto como matéria-prima permitirá a produção de combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel verde. A iniciativa será impulsionada pelo Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro, que será enviado nos próximos dias para o Congresso Nacional e prevê mandatos para impulsionar o desenvolvimento dessa indústria no país.
Para o ministro, a implantação do biorrefino da macaúba é uma medida que trará não apenas benefícios econômicos e para o meio ambiente, mas será uma ferramenta essencial para a redução de desigualdades regionais e de apoio ao pequeno agricultor e agricultura familiar em regiões do semiárido, como os estados da Região Nordeste e as zonas produtoras espalhadas pelo Centro, Norte e Alto Paranaíba, em Minas Gerais.
“Para as mulheres agroextrativistas, o coco da macaúba significa fonte de renda. Elas prestam um enorme serviço ao Brasil, por fazerem um trabalho sustentável, que utiliza o fruto de uma árvore nativa”, enfatizou o ministro. Para o ministro, iniciativas na área de bioenergia colaboram diretamente para alcançar o tão desejado desenvolvimento econômico, com frutos sociais, garantindo a preservação do meio ambiente, intensificando as ações em prol da transição energética.
Silveira destaca ainda a importância do Brasil na liderança do Sul Global e a capacidade do Presidente Lula de ser o grande articulador da transição energética justa no mundo. “O presidente Lula reúne todas as condições de ser o grande líder do Sul Global nessa questão. Trabalhamos para que os países em desenvolvimento discutam, em pé de igualdade com as nações mais desenvolvidas, a cooperação em bases justas. Não queremos a imposição de uma agenda que atente contra o interesse dos países em desenvolvimento”.