O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi vaiado durante seu discurso na Semana Latino-Americana Sobre Mudança do Clima, organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Salvador (BA), na quarta-feira (21).
No momento em que foi anunciado pelo cerimonial, Ricardo Salles foi alvo dos apupos da platéia e cartazes em defesa da Amazônia e do meio ambiente foram levantados.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), depois de divulgar dados que apontam para o aumento do desmatamento na Amazônia, teve seu presidente, Ricardo Galvão, exonerado por Jair Bolsonaro.
Bolsonaro e Salles afirmaram que os dados eram falsos e que Galvão era financiado por ONGs internacionais.
Há pouco mais de uma semana, estimulados pelas declarações e ações de Bolsonaro contra o meio ambiente, fazendeiros e grileiros realizaram o “Dia do fogo” no Pará. Um aumento de 300% no número de incêndios florestais foi registrado pelo monitoramento do Programa Queimadas, do Inpe.
Assim como no caso de Ricardo Galvão, Jair Bolsonaro caluniou as ONGs que lutam em defesa do meio ambiente. “Então, pode estar havendo, sim, pode, não estou afirmando, ação criminosa de ‘ongueiros’ para chamar a atenção contra a minha pessoa, contra o governo do Brasil”, disse.
A Semana Sobre Mudança do Clima antecede a Conferência do Clima da ONU, conhecido como COP 25. A COP 25 era pra acontecer no Brasil, mas Bolsonaro a cancelou. A reunião foi transferida para o Chile e acontecerá em dezembro.
Meses atrás, Ricardo Salles anunciou o cancelamento da própria Semana Sobre Mudança do Clima, mas voltou atrás.
“Vou manter um encontro que vai preparar um outro, que não vai acontecer mais no Brasil, por quê? Não faz o menor sentido, vai para o Chile! Vou fazer uma reunião para a turma ter oportunidade de fazer turismo em Salvador? Comer acarajé?”, disse Salles na época.
Ao ser questionado qual seria a ‘turma”, ele respondeu: “sei lá, o pessoal de sempre”.
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