Ministro do STF arquiva ação que exigia sabatina de Mendonça pelo Senado

André Mendonça, o "terrivelmente evangélico", indicado por Bolsonaro, sofre rejeição no Senado. Foto: Carolina Antunes - PR
Ex-AGU segue sob as intempéries do bolsonarismo, que, dia sim e outro também, se manifesta contra as instituições republicanas, uma dessas é o STF, que o aliado de Bolsonaro quer ocupar

O chamado bolsonarismo segue sendo isolado. O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, arquivou na segunda-feira (11) o Mandado de Segurança apresentado para obrigar o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AL), a pautar a sabatina de André Mendonça ao cargo de ministro do Supremo.

O pedido de Mandado de Segurança foi impetrado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO).

Mendonça foi ministro da Justiça, em substituição a Sérgio Moro, e também advogado-geral da União. Está agora sob as intempéries do bolsonarismo, que dia sim e outro também, se manifesta contra as instituições republicanas, uma dessas é o STF, que o aliado de Bolsonaro quer ocupar.

Diante da negativa de Lewandowski, Mendonça segue sob o sereno.

Segundo Lewandowski, não existe direito líquido e certo dos senadores ao apresentarem a ação. O ministro também considerou que o assunto é “matéria interna” do Congresso Nacional, no caso, da CCJ do Senado, “insuscetível de apreciação judicial”, escreveu o ministro na decisão dele.

A ação foi apresentada ao Supremo em 16 de setembro.

Os senadores reclamaram, na ocasião, que a “inércia” de Alcolumbre ao não pautar a apreciação na CCJ do Senado fere o interesse público.

Mendonça foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga de Marco Aurélio Mello em 12 de julho. Desde então não houve debate a respeito da indicação.

O trâmite é o seguinte: o presidente indica, o indicado faz peregrinação no Senado para convencer os senadores que a indicação se justifica. A CCJ faz a primeira sabatina, cujo relatório, se aprovado (nunca nenhum foi rejeitado) vai ao plenário, que geralmente ratifica o parecer da comissão.

André Mendonça, ex-AGU, é aquele “terrivelmente evangélico” indicado pelo presidente Bolsonaro para ocupar uma cadeira no cobiçado STF, que 10 entre 10 daqueles que ocupam carreiras jurídicas relevantes querem ocupar.

M. V.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *