O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, rejeitou o pedido de soltura do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (STF), Anderson Torres, e manteve a prisão preventiva do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL-RJ).
Moraes contrariou o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu a revogação da prisão de Torres. A decisão do ministro foi tomada na noite desta quinta-feira (20).
Torres está preso desde 14 de janeiro, no 4° Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no Guará.
A PGR era a favor da soltura desde que seguisse medidas cautelares alternativas, como o uso de tornozeleira eletrônica; proibição de sair da capital federal; proibição de manter contato com os demais investigados; e manutenção do afastamento do cargo de delegado de Polícia Federal.
Em seu parecer, Moraes destacou que seguem presentes os requisitos para a manutenção da prisão, que é necessária para a continuidade da investigação criminal.
Ele citou que depoimentos de testemunhas e apreensão de documentos apontam fortes indícios de sua participação na elaboração da minuta de decreto do golpe e para a “operação golpista” da Polícia Rodoviária Federal “para tentar subverter a legítima participação popular no 2º turno das eleições presidenciais de 2022”.
O ministro ainda apontou a conduta omissiva de Torres na permanência do acampamento dos manifestantes no SMU (Setor Militar Urbano) e no risco gerado por ele.
“Não bastasse isso, o requerente Anderson Gustavo Torres suprimiu das investigações a possibilidade de acesso ao seu telefone celular, consequentemente, das trocas de mensagens realizadas no dia dos atos golpistas e nos períodos anterior e posterior; e às suas mensagens eletrônicas”, disse.
Moraes também determinou que a Polícia Federal ouça, mais uma vez, Anderson Torres. A oitiva vai ser realizada na segunda-feira (24/4), na sede da PF.
Ele será questionado sobre os atos golpistas de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes. Moraes, relator do processo que investiga os atos golpistas, aceitou o pedido da própria PF, que quer ouvir o ex-secretário de Segurança Pública do DF.