Mesmo sob ameaça de expulsão, ministro do Esporte, André Fufuca, diz que estará “livre em 2026 para ajudar Lula a ser presidente do Brasil”
O ministro do Esporte, deputado licenciado André Fufuca (PP-MA), reafirmou, nesta segunda-feira (6), apoio ao presidente Lula (PT), desafiando a direção do PP, que lhe deu prazo até domingo (5) para deixar o governo.
Durante evento em Imperatriz (MA), onde Lula entregou 2.837 moradias do Minha Casa, Minha Vida e assinou a ordem de serviço da Arena Brasil, obra do Novo PAC Seleções, Fufuca fez discurso de forte tom político:
“Eu tô com Lula. O Lula do Bolsa Família, do Vale Gás, do Mais Médicos, do Fies, do Prouni. O Lula que disse aos Estados Unidos: ‘Respeite o nosso Brasil’.”
A fala foi recebida com aplausos e interpretada como recado direto à cúpula do PP, comandada pelo senador Ciro Nogueira (PI).
NÃO PRETENDE DEIXAR O CARGO
Apesar da pressão, Fufuca não pretende deixar o cargo e tem dito a aliados que continuará no ministério. Em tom de autocrítica, reconheceu o apoio a Jair Bolsonaro em 2022 como “erro político” e afirmou que, em 2026, estará com Lula:
“Em 2022 eu cometi um erro, mas agora, em 2026, pode ser que meu corpo esteja amarrado, mas minha alma e meu coração estarão livres para ajudar Lula a ser presidente do Brasil.”
PROCESSO DE EXPULSÃO
A direção nacional do PP deve prosseguir com o processo de expulsão do ministro. Ainda assim, líderes da legenda avaliam uma saída negociada para evitar ruptura formal e preservar o espaço do partido no governo.
A crise ocorre em meio a outro impasse no Centrão. O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA), também resiste à ordem de deixar o cargo. Ele chegou a apresentar carta de demissão em setembro, mas voltou atrás a pedido de Lula e reafirmou apoio ao presidente.
O União Brasil abriu 2 processos internos contra Sabino — um para expulsá-lo e outro para destituí-lo do diretório estadual do Pará, o que ameaça os planos dele de disputar o Senado em 2026.
No caso de Fufuca, o PP também pode intervir no diretório do Maranhão, atualmente sob o comando do ministro.