
O governo federal anunciou ontem (24) um nova rodada de privatizações no setor do transporte. Para uma plateia de empresários do Rio de Janeiro, o ministro da Infratestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou que pretende entregar para a iniciativa privada mais 16 mil quilômetros de rodovias e garantiu que a malha rodoviária do Rio estará em breve “toda na mão da iniciativa privada”.
Freitas deu ênfase ao novo leilão da BR-116 (Dutra), previsto para o ano que vem.
“Na nova licitação da Nova Dutra, a gente vai pegar o trecho que vai do Rio para Ubatuba, ou seja, vamos pegar a Rio-Santos e incorporar a [BR] 101, em São Paulo, nessa concessão da Nova Dutra. Vamos ter a malha do Rio de Janeiro praticamente toda concedida, toda nas mãos da iniciativa privada”.
Para agradar o público de empresários, que vê na privatização das rodovias uma excelente oportunidade de lucro através dos pedágios, o ministro de Bolsonaro disse que está em estudo uma forma de cobrar pedágio por quilômetro rodado na Dutra, para adicionar na base de pagamento os usuários da rodovia “que trafegam apenas entre as bases de pedágio”.
Nos 16 mil quilômetros anunciados, estão incluídos 25 trechos de rodovias que hoje são operados pela União ou já pela iniciativa privada, mas que terão as concessões renovadas.
O primeiro leilão está marcado para setembro, e inclui a BR-364 e 365, entre Jataí (GO) e Uberlândia (MG). A BR-101 em Santa Catarina também vai ser leiloada ainda em 2019, segundo o ministro.
Portos e ferrovias
Com o intuito de entregar de vez a Companhia Docas, o governo mira como “primeira experiência” a Docas do Espírito Santo – escolhida por ter menor passivo trabalhista, menos funcionários e menos contratos de arrendamento. “É um bom case para começar essa jornada”, disse o ministro.
Com relação às ferrovias, o governo pretende renovar com a Vale (a mesma responsável pelo desastre com a barragem de Brumadinho) a concessão de estradas de ferro entre Espírito Santo e Minas Gerais e entregar à empresa projetos de integração no Centro-Oeste.
“A Vale vai construir para o governo a Ferrovia de Integração Centro-Oeste [Mato Grosso a Goiás]. Ela vai pagar a outorga dela fazendo essa construção”, disse o ministro, o que significa que a Vale não terá que desembolsar nada para ganhar o direito de exploração da ferrovia.