O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, se posicionou contra a realização de novas reformas no sistema previdenciário. Em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, da EBC, nesta quarta-feira (12), o chefe da pasta defendeu “medidas alternativas” para lidar com o rombo da previdência.
“Eu defendo que a gente encontre mecanismos que façam com que o sistema seja saudável sem a gente precisar fazer uma nova reforma. Um desses mecanismos é diminuir as isenções e renúncias fiscais que são grandes e dadas com muita facilidade para que a gente possa fazer com que esse dinheiro renda mais”, declarou.
A última reforma da previdência foi promulgada pelo Congresso Nacional em 2019. Entre as principais mudanças foi o aumento da idade mínima para a aposentadoria, passando para 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres. “Não sou defensor de novas reformas porque cada vez que se reforma a previdência, ou aumenta a alíquota, ou aumenta o tempo para se aposentar. Cada vez mais fica difícil para o trabalhador”, disse Wolney.
O ministro classificou como “crueldade” elevar o tempo de aposentadoria para algumas categorias. “A pessoa que trabalha na roça, no sol quente, ou então a pessoa que trabalha pegando ônibus e se desloca duas horas de ônibus para ir e duas horas para voltar para casa, essa pessoa trabalhar dois anos a mais é uma crueldade”, avaliou Wolney.
O ministro também falou do ressarcimento aos aposentados que tiveram descontos ilegais no último período.
“Nós celebramos um acordo com Supremo Tribunal Federal, Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal, OAB, INSS, Ministério da Previdência, AGU, para fazer o arcabouço jurídico que permitiu a devolução do dinheiro. Estabeleceu-se um prazo de seis meses, que venceria no dia 14 de novembro, para que os aposentados pedissem o reembolso. Chegamos agora, às vésperas do prazo, e 3,7 milhões (de pessoas) já receberam o dinheiro de volta. Mas observou-se que havia um contingente que ainda não, ou por desinformação, ou porque não teve tempo, que não pediu o dinheiro de volta”, explicou.
“Houve esse consenso de que era melhor ampliar por mais três meses. Então, o prazo vai para 14 de fevereiro, para que qualquer aposentado possa ainda recorrer às agências dos Correios e às agências do INSS, ao aplicativo Meu INSS, ou agência dos Correios para dizer que teve um desconto e quer receber de volta”, completou Wolney Queiroz.











