
“Rever isso seria botar milhares de idosos em condições desumanas”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou nesta terça-feira (8) as propostas que frequentemente são feitas de desvinculação das aposentadorias do salário mínimo. “O desvincular significa que o aposentado não receberia mais o salário mínimo pago no mercado de trabalho. O salário mínimo no Brasil está no limite da mínima sobrevivência do ser humano”, disse Rui Costa, em entrevista ao canal GloboNews.
“Não é razoável pensar que a pessoa que contribuiu não tem o mínimo para comprar seus alimentos, seus remédios, não tem o mínimo de dignidade. Rever isso seria botar milhares de idosos em condições desumanas”, prosseguiu o ministro de Lula. A manifestação de Costa ocorre em meio a debates sobre ajustes fiscais no governo federal.
Para o chefe da Casa Civil do governo Lula, desvincular as aposentadorias do salário mínimo colocaria milhões de idosos em uma condição desumana, já que o salário mínimo serve para garantir o básico de sobrevivência. “Não é razoável imaginar que uma pessoa que trabalhou a vida inteira, que contribuiu, chegue numa fase de 60, 70, 80, 90 anos e não tenha o mínimo para comprar seus alimentos, seus remédios”, destacou o ministro.
Na entrevista, Rui Costa também fez a avaliação de que as contas públicas têm apresentado uma “melhoria significativa” e disse esperar para breve o início de uma trajetória de queda na taxa básica de juros definida pelo Banco Central para ajudar a aliviar as contas, particularmente o montante gasto com o serviço da dívida. A taxa básica da economia, a Selic, está em 15% em termos nominais, o que aponta para uma taxa real de cerca de 10%.
Apesar de criticar os que, dentro e fora do governo, defendem a desvinculação das aposentadorias do salário mínimo, o ministro insistiu em creditar aos idosos o aumento dos gastos com Benefício de Prestação Continuada (BPC). Estaria havendo “exageros” nos pedidos e em decisões judiciais. Ele culpa também o abandono das ferramentas de controle pelo governo de Jair Bolsonaro. No entanto, os ataques à Previdência e a precarização das relações de trabalho é que são as principais causas da maior miséria dos idosos brasileiros que são obrigados a recorrerem ao BPC.
“O Governo passado lavou as mãos e os programas foram desvirtuados”, disse Rui Costa, falando também sobre o Bolsa Família, que no governo passado se chamava Auxílio Brasil. Segundo Costa, este programa também teria sido desvirtuado, já que, segundo ele, “se tirou o conceito de base familiar ao se cadastrar CPFs individuais, elevando consideravelmente os pagamentos”. Sobre as metas fiscais do governo, o ministro foi direto: “A meta está garantida, tem compromisso fiscal do presidente da República”, disse.