Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes, condenaram as declarações golpistas de Jair Bolsonaro.
“Tempos estranhos! Não há espaço para retrocesso. Os ares são democráticos e assim continuarão. Visão totalitária merece a excomunhão maior. Saudosistas inoportunos. As instituições estão funcionando”, respondeu o ministro Marco Aurélio.
No domingo (19), Jair Bolsonaro discursou para seus apoiadores que se manifestavam em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Interrompido várias vezes por uma tosse, disse que não quer “negociar nada”, defendeu “acabar com essa patifaria” e afirmou que “esses políticos têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro”.
Os bolsonaristas carregavam faixas defendendo a ditadura militar, atacando o Congresso Nacional e pedindo intervenção militar.
Para Gilmar Mendes, “a crise do coronavírus só vai ser superada com responsabilidade política, união de todos e solidariedade”.
“Invocar o AI-5 e a volta da Ditadura é rasgar o compromisso com a Constituição e com a ordem democrática”. O ministro completou a publicação feita no Twitter com a hashtag #DitaduraNuncaMais.
No dia 15, durante a votação no STF que decidiu, por unanimidade, que os prefeitos e governadores têm autonomia para decretar quarentena para proteger a população do coronavírus, Gilmar Mendes lembrou que Bolsonaro “dispõe de poderes inclusive para exonerar seu ministro da Saúde, mas não dispõe do poder para, eventualmente, exercer uma política pública de caráter genocida. Isto é claro que o texto constitucional lhe veda, de modo cabal”.