O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, se solidarizaram com a família da jovem Jéssica Vitória, vítima de fake news nas redes sociais, e defenderam a regulamentação das plataformas.
Na avaliação de Silvio Almeida, “a irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na política institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável”.
“Por isso, volto ao ponto: a regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há que falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento”, completou.
Grandes páginas nas redes sociais divulgaram conversas falsas entre Jéssica Vitória e o youtuber Whindersson Nunes, dando início a uma série de ataques a ameaças contra a jovem que acarretaram em sua morte.
A família de Jéssica pediu que as publicações ligando o nome da jovem de 22 anos ao de Whindersson Nunes fossem apagadas, mas as plataformas ignoraram.
Em uma postagem, Jéssica falou que era “bem óbvio que o intuito disso [das postagens e ameaças] é me ridicularizar”.
Whindersson Nunes publicou um vídeo no qual afirma que “tem que ser crime postar uma conversa que duas pessoas não autorizaram. A não ser que seja uma exposição de crime para denunciar alguma coisa”.
O humorista está se propondo a liderar a criação da Lei Jéssica Vitória, buscando regulamentar o “jornalismo não oficial” dessas páginas nas redes sociais.
Cida Gonçalves, ministra da Mulher do governo Lula, declarou que a tragédia é “fruto da irresponsabilidade de perfis nas redes sociais que lucram com a misoginia e disseminação de mentiras e, igualmente, da falta de responsabilização das plataformas”.
“É inadmissível que o conteúdo mentiroso contra Jéssica, que fez crescer uma campanha de difamação contra a jovem, não tenha sido retirado do ar nem pelo dono da página nem pela plataforma X ao longo de quase uma semana, mesmo depois dos apelos da própria Jéssica e de sua mãe”, disse.