Ex-presidente alega danos à honra após presidente da República associá-lo à mansão nos EUA, e chamá-lo de “gangster”
Mais uma derrota. Agora é uma atrás da outra, pois a apelação apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na ação por danos morais apresentada contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual o ex-chefe do Executivo buscava indenização de R$ 10 mil, após falas do petista durante discursos, não prosperou.
A 7ª Turma Cível do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) negou, na quinta-feira (30), por unanimidade, a manifestação de Bolsonaro, mantendo a decisão da primeira instância, que encerrou o caso por não a considerar válida.
Bolsonaro reclamava de duas manifestações públicas de Lula: uma por tê-lo associado à mansão, nos EUA, em nome do irmão de Mauro Cid, o ex-ajudante de Ordens da Presidência; a outra por ter sido chamado de “gangster” e “vagabundo”.
ENTENDA O OCORRIDO
O entrevero ocorreu em meados de junho, em Belém (PA), quando Lula classificou, durante cerimônia de anúncio da realização da COP30 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), o ex-presidente de “gângster” e “vagabundo”.
“Quando resolvi me candidatar a presidente da República outra vez, eu sabia o que eu ia enfrentar. Não sei se vocês têm dimensão, mas entre desoneração, isenção e distribuição de dinheiro, foram gastos nesse País R$ 300 bilhões para que o gângster que tivesse lá continuasse governando este País”, disse Lula.
CHUMBO TROCADO
A ofensa partiu primeiro de Bolsonaro. Em setembro de 2022, durante o período eleitoral, ele chamou Lula de “gângster” e afirmou que, caso ele fosse eleito, iria “voltar à cena do crime com o [Geraldo] Alckmin? Você pode ver, quem vão ser os ministros do Lula? Imagina o Lula eleito, quem serão os ministros do Lula? Serão bandidos”.
M. V.