
Após 29 dias de paralisação, os professores da rede municipal de Belo Horizonte conquistaram avanços em relação às reivindicações da categoria e encerraram a greve em assembleia na sexta-feira (4). O acordo entre as partes aconteceu após audiência proposta pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a pedido do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE/BH).
Segundo o sindicato, apesar das conquistas e da greve vitoriosa, a própria votação da assembleia sobre os rumos do movimento, que não foi unânime, reflete que “as propostas apontadas pela prefeitura estão longe de representar a valorização merecida pela categoria”. “A greve acabou, mas a luta continua”, afirma a entidade.
Entre as conquistas está o reajuste salarial de 4,95% para todos os servidores da Educação. O índice será pago em duas parcelas: a primeira retroativa a 1º de maio/2025, e a segunda parcela de 2,4%, referente a recomposição das perdas inflacionárias acumuladas entre 2017 e 2022, em março de 2026.
De acordo com o Sind-REDE/BH, “o prefeito Álvaro Damião começou mal, não soube dialogar e demonstrou que a educação nem de longe é uma prioridade do seu governo”, mas que, “diante da força do movimento”, a categoria arrancou “avanços que não podemos desconsiderar”.
O sindicato cita o reajuste do benefício de vale refeição em 2,49%; quitação da fila, até o final de 2025, de todos os pedidos de férias-prêmio já calculados e processados no primeiro semestre; aumento do vale refeição para R$ 60,00 para os servidores efetivos; nomeação de 376 profissionais para os anos iniciais do ensino fundamental, além de outros professores aprovados em concurso vigente; criação de mais um nível de promoção por escolaridade adicional (6º nível), e criação de mais um nível por progressão por escolaridade, totalizando sete para Educação, em curso ofertado pelo CAPE (Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação), com garantia de vagas irrestritas para todos os professores, entre outras conquistas.
Apesar de o prefeito ter afirmado que cortaria o ponto dos grevistas, a nova proposta também inclui a reposição dos valores descontados dos servidores que tiveram o ponto cortado durante a greve.
A proposta também contempla que a Secretaria Municipal de Educação (SMED) deverá elaborar, junto com a categoria, um cronograma de reposição das aulas perdidas, com início em julho, respeitando pelo menos 9 dias de descanso.
“A greve foi uma vitória, marcada pela unidade e pela resistência. Conseguimos colocar para a cidade de Belo Horizonte os problemas da educação pública e a desvalorização da nossa categoria. Tanto é assim, que a greve pautou o debate público e teve o apoio massivo da população”, destaca o sindicato.