Foi na última nota, do último jurado e do último quesito, fantasia, que a escola de samba conquistou seu 11º título
Após 9 anos sem vencer o Carnaval, a Mocidade Alegre logrou o título de campeã do Carnaval de São Paulo 2023. Neste ano, a escola que não vencia desde 2014, levou para o Sambódromo do Anhembi um enredo sobre a história do primeiro samurai negro, Yasuke, e com isso garantiu o 11º título de sua história.
A apuração, que aconteceu no sambódromo na tarde desta segunda-feira (21), com a locução de Antônio Pereira da Silva Neto, o Zulu, conferiu a Mocidade 270 pontos em uma disputa acirrada com a Mancha Verde.
Quatro jurados avaliaram os desfiles das 14 escolas de samba do Grupo Especial, com notas de 8 a 10 em nove categorias. No sábado (25), as primeiras colocadas se apresentarão de novo no sambódromo, no tradicional Desfile das Campeãs.
Em 2022, além das cinco primeiras colocadas do Grupo Especial, desfilaram as duas escolas que tiveram as maiores notas no Grupo de Acesso 1 e a vencedora do Grupo de Acesso 2. As duas agremiações do Grupo Especial que obtiveram as notas mais baixas – Unidos de Vila Maria e Estrela do Terceiro Milênio – migram para o Grupo de Acesso 1.
Neste ano, fechadas todas as notas, o quesito fantasia foi usado como primeiro critério de desempate. Os seguintes foram, por ordem: mestre-sala e porta- bandeira, samba, evolução, alegoria, enredo, bateria e harmonia.
Ao grito de “é campeã” a Rainha de Bateria, Aline de Oliveira, comemorou o título da Mocidade. No posto há 11 anos, a ela acompanhou a apuração na quadra da agremiação e compartilhou sua alegria em vídeo nas redes sociais.
“Eu estou extremamente feliz, já estou até sem voz. Esse grito de ‘campeã’ estava engasgado na nossa garganta. E é isso: nós viemos com garra, com muita força, muita união, mostrando que a nossa comunidade é capaz de fazer, cheia de essência”, disse ao g1.
“Vamos para cima! Nós somos campeões do carnaval 2023. Muito, muito, muito obrigada. Eu estou muito feliz, radiante, em êxtase!”, completou.
No desfile, a rainha vestiu uma fantasia representando a “fascinante valentia” no enredo que contava a história do Yusake. O desfile foi composto de alas politizadas, como: “Samurais da Quebrada”.
Pelas redes sociais, Aline recebeu os cumprimentos de outras foliãs, como a ex-BBB Thelma Reis, que foi destaque na Mocidade Alegre; e a atriz Erika Januzza, Rainha de Bateria da Unidos do Viradouro.
Ao se pronunciar na quadra da Mocidade, a presidente da agremiação, Solange Cruz, agradeceu o empenho da escola. “Não tenho nem palavras. Sabem que falo pra caramba, mas hoje não tenho palavras, somente gratidão a cada um de vocês que se doaram. Chegaram campeões e saíram campeões. Três anos batendo na grade, mas neste ano deu certo. A vitória vem da luta, a luta vem da força e a força, da união”.
Localizada no bairro do Limão, a escola com seus 11 títulos, ocupa o terceiro lugar entre as maiores campeãs do carnaval paulista. Sua quadra, localizada na zona norte, está em festa e recebe os componentes para celebrar a conquista.
O presidente da Mancha, segunda colocada, afirmou que o resultado foi justo. “A gente pegou um sábado com muita chuva, muito vento, complicado para dançar decentemente, mas acho que valeu. Viemos brigando até exatamente a última nota, está bom”, disse Paulo Serdan.
“A gente vem de uma sequência muito boa, vamos preparar próximo, vamos buscar (o título). E foi muito justo, a Mocidade fez um grande desfile, a Império fez um grande desfile, a gente fez um grande desfile, acho que é isso que vale: disputar.”
A entrada de torcida das escolas para acompanhar a apuração não foi permitida neste ano e cada uma delas pôde levar até dez representantes. Nenhuma agremiação do Grupo Especial recebeu punição neste ano
A Liga das Escolas de Samba definiu na tarde desta segunda a ordem e as notas dos quesitos – nove – e quatro jurados para cada um deles. Neste ano, os jurados puderam dar notas de 8 a 10. Ao todo, foram nove quesitos e quatro jurados para cada um dos deles.