“O que querem esconder?”, questiona
O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) anunciou um projeto para sustar o decreto do vice-presidente Hamilton Mourão que permite a funcionários comissionados e dirigentes de fundações, autarquias e empresas públicas impor sigilo em documentos públicos.
Para Molon, “o combate à corrupção requer transparência”. “Por isso, entramos com um projeto para sustar o decreto do presidente em exercício que permitiu a funcionários comissionados impor sigilo a documentos públicos. O que querem esconder? A população deve poder fiscalizar!”, afirmou o deputado.
Em conseqüência do decreto, na quarta-feira (6), o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, delegou para autoridades da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a competência para classificar informações nos graus ultrassecreto e secreto.
A medida de Mourão aconteceu logo em seguida a outra anunciada pelo governo para enfraquecer a atuação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no combate à corrupção. O Banco Central anunciou que pretendia mudar duas regras de combate aos crimes de lavagem de dinheiro que estão em vigor desde 2009. A primeira é a exclusão de parentes de políticos das listas de vigilância obrigatória dos bancos. A segunda medida é o fim da exigência de notificação ao Coaf de transações bancárias acima de R$ 10 mil.
As duas medidas foram anunciadas após os escândalos financeiros que envolvem o filho de Bolsonaro, o ex-deputado e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), suspeito de alimentar um esquema de lavagem de dinheiro através de seu gabinete no Rio de Janeiro.
O Coaf identificou transações suspeitas de R$ 1,2 milhão, em um ano, na conta de Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flávio Bolsonaro, o “Zero Um”, como seu pai lhe chama. Em três anos (entre 2014 e 2017) Queiroz movimentou R$ 7 milhões sem ter renda para isso.
O Coaf registrou ainda uma movimentação “atípica” na própria conta de Flávio Bolsonaro: 48 depósitos de R$ 2 mil num total de R$ 96 mil, em um único mês.
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