
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da Oposição na Câmara, afirmou que é um “absurdo” o governo de Jair Bolsonaro ter escondido dados sobre o desmatamento, que cresceu sob seu governo, para não divulgá-los antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26).
“Bolsonaro tenta esconder do mundo o projeto de destruição que corre por aqui”, disse o deputado.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) fez um documento no dia 27 de outubro que mostrava que o desmatamento da Amazônia entre janeiro e outubro de 2021 foi 33% superior ao mesmo período de 2020.
Entretanto, o documento só foi divulgado na quinta-feira (18), depois que foi encerrada a COP26.
A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), disse que os dados não só desmentem a fala do atual ministro, Joaquim Leite, na COP26, “mas também as do presidente Bolsonaro na viagem ao Oriente Médio”.
O Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (SindCT) falou publicamente que o relatório já tinha sido aprovado no Inpe.
Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará, disse que o governo Bolsonaro, “cínica e criminosamente, omitiu esse dado durante a Conferência das Mudanças Climáticas”.
“Um vexame sem precedentes, mas não para aí: na sua viagem ao Oriente Médio, Bolsonaro chegou a declarar que a floresta amazônica está praticamente intacta desde 1.500”.
“Na verdade, só nesse período em questão, foram desmatados mais de 13 mil km² de floresta. É por essas e outras que o Brasil vem se tornando um pária internacional”, afirmou.
A delegação brasileira na COP26 ficou dividida entre a “oficial”, composta por membros do governo Bolsonaro, e outra da qual participaram parlamentares, organizações e pesquisadores.
O grupo do governo tentou convencer o mundo de que o Brasil está avançando na preservação ambiental, mas sem citar dados ou mencionar as queimadas na Amazônia e no Pantanal.