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O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), criticou a pressão para a retirada de sua pré-candidatura ao Senado para apoiar a indicação de André Ceciliano (PT) ao cargo em um acordo em torno da candidatura de Marcelo Freixo ao governo do Rio de Janeiro.
Molon disse ter ficado “perplexo” ao falar sobre o pedido de Freixo para que ele desista de disputar a vaga no Senado. “Fiquei perplexo. A única candidatura ao Senado com condições reais de vencer o bolsonarismo é a minha. Ceciliano está muito atrás nas pesquisas. Dos seis partidos da coligação de Freixo, três me apoiam. Isso não é questão de capricho nem de vaidade. Não há qualquer sentido em me pedir para desistir”, afirmou.
Freixo passou a defender a candidatura de André Ceciliano, que atualmente é presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e condicionou o apoio do PT do Rio de Janeiro à candidatura de Freixo, à sua indicação na chapa ao Senado.
O deputado federal ainda disse que “nunca esperou isso” de Freixo. “Quando ele me pediu para se filiar ao PSB, eu já era pré-candidato ao Senado. Ele foi recebido de braços abertos. Sinceramente, não esperava que tomasse essa atitude”, comentou.
“O momento de construção das chapas sempre envolve muitas pressões. Mas é preciso resistir às pressões para não perder o rumo”, ponderou Molon.
No último sábado (1º), Freixo foi ao lançamento da pré-candidata do PT ao cargo de deputada estadual Marina do MST (Movimento Sem Terra), no Rio de Janeiro, que contou com a presença de Ceciliano e apoiou a candidatura dele ao Senado e nem mencionou o nome de Molon.
Publicamente Freixo já cobrou que Molon desista da candidatura ao Senado. Em entrevista ao jornal O Globo, o pré-candidato ao governo do Rio pelo PSB disse: “O PT é o maior partido e reivindica a indicação do nome ao Senado. Essa composição é decisiva, não é uma composição que nos leva a debater nomes, mas o cumprimento de acordo. Entro no debate de um acordo político. Minha expectativa é que ele seja cumprido”, afirmou.
“Isso ficou ajustado. Não tínhamos naquele momento a definição de um nome, mas depois apresentamos o nome do André (Ceciliano) ao PSB. Respeito o Molon, mas não é uma questão pessoal, e sim política, de construção do campo da esquerda no Rio, que é importante no processo eleitoral tanto estadual quanto presidencial”, defendeu Marcelo Freixo.
Pesquisa Real Time Big Data divulgada no dia 29 de junho, apontou que o atual senador Romário (PL) e o deputado federal Alessandro Molon (PSB) ficam empatados na margem de erro – que é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O candidato do PL tem 19% das intenções, enquanto Molon registrou 14%. Já Daniel Silveira (PTB), que tem 8%, empata tecnicamente com o adversário do PSB.
Já Washington Reis (MDB), com 5%, André Ceciliano (PT), que tem 4%, e Luciana Boiteux (PSOL), que registrou 2%, empatam entre si, e alcançam Silveira na margem de erro. Já Marcelo Itagiba (Avante) e Ivanir dos Santos (PDT), que tiveram 1% e 0%, respectivamente, não alcançam os três primeiros colocados, mas empatam com os demais.
CECILIANO E CASTRO
Para garantir a sua indicação, Ceciliano já chegou a defender apoio, ainda que informal do ao atual governador Cláudio Castro (PL), um dos principais aliados de Jair Bolsonaro nessas eleições.
Segundo Ceciliano, suas conexões com o bolsonarista, principal adversário de Freixo na corrida ao Palácio Guanabara, podem ser a chave para avançar nas pesquisas, nas quais oscila entre o quarto e o quinto lugar.
“A base de apoio dele [Cláudio Castro] é a base da Alerj, é a que me elegeu presidente por duas vezes. Além disso, ele tem um nome forte por ocupar o cargo. Quem fica distante dele é maluco”, chegou a afirmar Ceciliano, em entrevista ao Congresso em Foco.
Psol e Rede defendem candidatura de Molon
Os diretórios do PSOL e da Rede no Rio querem aproveitar a visita de Lula à cidade, nesta quinta, para convencer o presidenciável a apoiar também Alessandro Molon (PSB) ao Senado, além de André Ceciliano (PT).
“O Molon tem um índice maior de reconhecimento, tem inserção no campo progressista e ao mesmo tempo mobiliza o centro. Vamos trabalhar em cima desse argumento”, diz a deputada estadual Renata Souza do PSOL-RJ. Ambas as siglas, que compõem a aliança nacional de Lula, admitem que Molon e Ceciliano sejam candidatos ao Senado e disputem as eleições.