“Se a reforma da Previdência fosse justa com os trabalhadores, o governo não imporia sigilo aos números ou compraria votos de deputados com R$ 10 milhões em emendas extras por ano”, disse o parlamentar
O líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que a “nova política do governo Bolsonaro” não é “apenas velha, mas decrépita”.
Na sua conta no Twitter, o deputado disse que “se a reforma da Previdência fosse justa com os trabalhadores, o governo não imporia sigilo aos números ou compraria votos de deputados com R$ 10 milhões em emendas extras por ano”.
“A “nova” política do governo Bolsonaro é isso que estamos vendo: não apenas velha, mas decrépita”, escreveu.
Para o líder, a liberação extra de R$ 40 milhões em emendas oferecida pelo governo Bolsonaro para comprar votos pelo desmonte da Previdência é uma “denúncia gravíssima”.
“É uma denúncia gravíssima. Mostra que essa conversa de ‘nova política’ é conversa para boi dormir. O governo Bolsonaro pratica o velho, o decrépito ‘toma lá dá cá’ que sempre disse condenar, mas, com poucos meses de governo, já foi para o balcão de negócios”, afirmou Molon em entrevista.
Molon afirmou que a oposição vai manter a mobilização contra o desmonte da Previdência pública. “É mostrar para o povo brasileiro que isso que eles chamam de reforma é, na prática, destruir a Previdência Social brasileira. Na medida em que os brasileiros entenderem o que o governo Bolsonaro está propondo, a tendência é que a opinião pública fique cada vez mais contrária [à reforma da Previdência]”, esclareceu o líder.
COMISSÃO ESPECIAL
A Câmara dos Deputados instalou nesta quinta-feira (25) a comissão especial que vai analisar o mérito do texto da PEC da Previdência.
A presidência da comissão ficou com Marcelo Ramos (PR-AM). O relator será o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
Mas a votação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que aprovou na terça-feira (23) a admissibilidade da PEC 6, está sub judice. PDT, PSB, PCdoB, PT, PSol e Rede entraram com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (25) para anular a sessão da CCJ, que consideram ilegal por atropelar o Regimento e a Constituição.
Os partidos argumentam que o presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), ignorou o requerimento para suspender a tramitação da matéria por 20 dias, conforme prevê a Constituição para qualquer proposta legislativa que tenha impacto nas contas públicas e não venha com os estudos que a embasem.
Foi apresentado um requerimento com 1/5 de assinaturas, mas o presidente da comissão não interrompeu a sessão, questionando-as. Mas na quarta-feira (24) as assinaturas foram reconhecidas pela Câmara.
A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), declarou que espera a anulação da sessão da CCJ. “Esperamos que uma decisão liminar do Supremo suste a tramitação da PEC até que o governo supere essa decisão gravíssima de não dar os dados à Casa e à sociedade. Aquela reunião aconteceu no escuro, sem dados. A CCJC votou a legalidade de uma reforma sob sigilo dos dados. Ela tem que ser anulada e refeita após conhecimento dos dados”, afirmou a líder da Minoria.
Para Jandira, o fato do governo prometer os dados para esta quinta-feira não invalida o pedido feito ao STF. “É tarde, porque estamos trabalhando uma sessão que já houve. A CCJC teria de refazer a sessão. Ela foi feita ilegalmente e o processo tem que voltar. Até porque não sabemos se esses dados serão suficientes”, alertou.
Mais:
eu pelo menos não votei nesse governo que mim deixa a pensar, estamos em um mato sem cachorro, fica a minha indignação….