A recuperação da atividade econômica após a grande recessão (2014-2016) “ainda não foi capaz de superar o nível de atividade anterior à recessão que teve início em 2014 e terminou em 2016”, segundo o Monitor do PIB-FGV, divulgado na terça-feira (18).
O Monitor do PIB-FGV aponta que o Produto Interno Bruto em 2019 cresceu 1,2%, abaixo do verificado nos anos 2017 e 2018, quando ambos registraram 1,3%. O resultado oficial do PIB será divulgado em março pelo IBGE.
De acordo com o relatório, “a indústria e a FBCF [Formação Bruta de Capital Fixo – que mede os investimentos em máquinas, equipamentos e construção civil] são os componentes do PIB que ainda estão mais distantes dos valores que apresentavam no 2º trimestre de 2014”.
A FBCF ficou positiva em 2,7%, no entanto, em 2019 o resultado dos investimentos foi menor do que em 2018 (3,9%).
Segundo o Monitor do PIB, a taxa de investimento da economia (a relação entre a FBCF e O PIB) foi de 15,3% em 2019.
Menor taxa de investimentos dos últimos 50 anos
Levantamento feito pelo economista da FGV Marcel Balassiano, a pedido do G1, com base nos dados da Fundação Getúlio Vargas e do Fundo Monetário Internacional, o Brasil está entre os países que tem a menor taxa de investimentos do mundo. Entre 170 países, o Brasil ocupa o 156º lugar, na frente de países como Malawi, Suazilândia, Guatemala e Porto Rico.
Como registrou o próprio Balassiano, em estudo divulgado em julho do ano passado, a taxa de investimentos do Brasil é a menor em mais de 50 anos. A taxa mais baixa atingiu 14,71% do PIB em 1965. Balassiano registrava a taxa de investimento do primeiro trimestre de 2019 (15,5% do PIB). Segundo o Monitor, a taxa de investimentos encerrou o ano de 2019 em 15,3%. Em 2018, a taxa era de 15,8%.
De acordo com o coordenador do Monitor do PIB-FGV, Claudio Considera, o resultado estimado para o PIB em 2019, de 1,2%, foi influenciado pelo consumo das famílias, “pelo aumento do consumo de serviços”. Já os investimentos estão em queda. “O que certamente lança uma dúvida para a continuidade do crescimento deste ano”, diz.
Assim como o IBGE, que registrou uma queda generalizada em amplos setores da economia, no último mês do ano passado, o Monitor aponta que o PIB apresentou estagnação em dezembro, na comparação com novembro.
“A estagnação também foi verificada no setor de serviços”, diz o relatório.