Dez mil moradores da cidade de Kafr Batna, localizada na região de Guta Leste enfrentaram o toque de recolher imposto pelos terroristas que ocupam a área e agitando bandeiras sírias (proibidas pelos bandos nas regiões em que ocupam) para exigir que os invasores se retirem e deixem que aqueles moradores ainda retidos naquelas cidades saiam através dos corredores humanitários criados pelo exército sírio para a liberação de moradores que são feitos reféns e usados como escudos humanos para evitar o avanço das forças governamentais sírias.
Eles foram dispersos a bala e segundo o morador Ammar Jamal um dos manifestantes morreu e mais quatro ficaram feridos.
Até serem atacados, os manifestantes marcharam gritando palavras de ordem que, além de exigirem a retirada dos bandos invasores, expressavam apoio ao Exército Sírio.
Durante os últimos seis dias, há manifestações deste tipo. Há relatos de atos também em Hazza, Hamuryah, Saqba e Jisrin.
Os atos se multiplicaram, depois que a primeira delas reuniu uma multidão na cidade de Gizlanya, que não fora ocupada pelos invasores. Na cidade, além de uma grande quantidade de bandeiras nacionais sírias, os manifestantes colocaram um painel com o rosto do presidente Bashar Al Assad cobrindo a frente do maior dos prédios da cidade.
Nas últimas semanas, o Exército Sírio tem avançado e liberado algumas das cidades ocupadas pelo bando Tahrir Al Shams (anteriormente denominado Al Nusra, aliás Al Qaeda) e apoiadores. Segundo informe do comando militar sírio, no dia 12, o avanço sobre as aldeias de Madyra e Aftrin, os bandos passaram a ficar isolados em três bolsões, com centro nas cidades de Duma, Harasta e Arbin. O que impede a comunicação e o trânsito deles e apressa o seu colapso na região.
No dia 12, o coronel Feruz Ibrahim, no comando de uma das colunas que avançam na região, denunciou que sua tropa localizou um laboratório para o fabrico de armas químicas na aldeia liberada no mesmo dia, a de Aftris.
Este achado é uma comprovação de denúncias, como a já expressa pelo representante permanente da Síria na ONU, Al Jaffari, de que o governo sírio está de posse de informações de que as hordas terroristas estão instruídas a realizar ataque com arma química na região para colocar a culpa no governo sírio e justificar uma intervenção estrangeira em socorro aos terroristas que estão com os dias contados no último bolsão próximo à capital do país.
O vice-ministro do Exterior, Faisal Mekdad, afirmou que a Síria “está pronta a acompanhar qualquer investigação sobre ataques químicos no país, mas as organizações internacionais negam-se a cooperar e a participar de pesquisa no local”.
O secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, conhecido pelo apelido de Mad Dog, acrescentou ao script americano de apoio aos terroristas que “seria muito pouco inteligente” da parte das forças governamentais sírias o uso de “armas com gás”.
Ele lembrou o ataque em 6 de abril de 2017, à base de mísseis Tomahawk, e mesmo dizendo que ainda não tem prova concreta “há muito informe na mídia sobre ataques recentes a gás”.
NATHANIEL BRAIA