Ministro do STF autorizou oitivas de Marcelo Casimiro e Jorge Eduardo Naime, coronéis da PMDF, no inquérito militar da tentativa de invasão da PF, no dia da diplomação de Lula no TSE, em dezembro de 2022
O ministro Alexandre de Moraes autorizou, nesta segunda-feira (23), a realização de oitivas por parte de Marcelo Casimiro Vasconcelos e Jorge Eduardo Naime no âmbito do inquérito policial militar que investiga possível prevaricação durante 12 de dezembro de 2022.
Na ocasião, bolsonaristas desceram do QGEx (Quartel-General do Exército), onde estavam acampados, e tentaram invadir a sede da PF (Polícia Federal), em Brasília.
A movimentação dos bolsonaristas, com aparente conivência do comando da MPDF (Polícia Militar do Distrital Federal), fez parte do esquema golpista para tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No dia 12 de dezembro de 2022, Lula foi diplomado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
CRIMES DO 8 DE JANEIRO
Ambos os coronéis da PMDF também aparecem como réus na ação penal do STF (Supremo Tribunal Federal), que apura os crimes praticados em 8 de janeiro de 2023.
Na época, Casimiro controlava o 1º CPR (1º Comando de Policiamento Regional), e Naime era o comandante em exercício do DOP (Departamento de Operação) da corporação.
TENTATIVA DE INVASÃO
Com integrantes vestidos com camiseta da seleção brasileira, o grupo danificou dezenas de carros que estavam estacionados nos arredores do prédio da corporação. Alguns, inclusive, chegaram a ser incendiados.
O grupo ateou fogo em ônibus ainda com motorista dentro. Por sorte, o homem conseguiu descer antes de o veículo ser totalmente consumido pelas chamas.
Ao menos 5 ônibus se tornaram alvo da investida criminosa. O Corpo de Bombeiros Militar do DF confirmou que 7 veículos foram queimados – 4 ônibus, totalmente, e 1, parcialmente.
ENTENDA O QUE OCORREU
Manifestantes oriundos do acampamento montado em frente ao QGEx, em Brasília, onde passaram meses e exigiam golpe militar em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram até a Asa Norte, no centro da capital federal, para tentar invadir a sede administrativa da PF.
Sem sucesso na invasão, quebraram e incendiaram carros de moradores da cidade estacionados ao redor.
De acordo com a PMDF, a tentativa de invasão foi coordenada por pequeno grupo de indígenas que participava do acampamento, em protesto contra a prisão do indígena Tserere, suposto cacique, autor de discursos exigindo o fechamento do Supremo.
Outros manifestantes, também com a camisa da seleção brasileira de futebol, se juntaram em seguida.
A PMDF enviou destacamento para tentar retomar o controle da situação, que evoluiu para onda de violência generalizada no centro da cidade. As principais vias de acesso à região foram fechadas.