O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio das contas bancárias e ativos financeiros de Esdras Jonatas dos Santos, um dos bolsonaristas investigados por financiar os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília.
Morador de Belo Horizonte (MG), o empresário golpista é foragido da Justiça brasileira desde o último dia 15, quando foi emitido um mandado de prisão em seu nome, e estaria vivendo nos Estados Unidos.
A decisão, tomada na quarta-feira (22), está sob sigilo e o bloqueio deve ser efetuado em até 48 horas.
Notícia-crime apresentada ao STF mostra um vídeo de 12 minutos no qual Esdras convoca bolsonaristas para os ataques de 8 de janeiro. Na gravação, ele chama “soldados” para levar 2 milhões de pessoas ao DF e alerta: “Não é passeio”.
Esdras ficou conhecido ao aparecer em vídeo chorando durante ação da Guarda Civil de Belo Horizonte para desmontar um acampamento em frente a um quartel do Exército na capital mineira, formado por seguidores de Jair Bolsonaro inconformados com a derrota nas eleições de 2022, que deram a vitória presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele também foi filmado fomentando o espancamento de um jornalista que cobria as atividades do acampamento bolsonarista no dia 5 de janeiro, véspera da desmobilização.
O empresário ainda conseguiu uma autorização na Justiça para obstruir uma via de Belo Horizonte, em frente à unidade do Exército, após a prefeitura retirar o acampamento que havia na região. Essa decisão, no entanto, foi derrubada no dia seguinte pelo próprio Moraes.
Na época, o ministro afirmou que Esdras dos Santos foi apontado como “uma das lideranças dos atos antidemocráticos” e aplicou nele uma multa de R$ 100 mil.
Esdras chegou a se encontrar com Jair Bolsonaro em Orlando, nos Estados Unidos. O ativista de extrema-direita chegou a filmar o ex-presidente em um encontro com apoiadores brasileiros, e divulgou o vídeo em seu perfil no Instagram, no final de janeiro.
Além de responder por financiar os atos golpistas, ele é réu em 12 ações de pagamento de dívidas que somam o valor de R$ 5 milhões.