Em 8 de janeiro, dia da invasão das sedes dos Três Poderes, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal estava de férias nos EUA; ele foi preso dia 14 de janeiro. Investigação é na Câmara Legislativa do DF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para que a defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, se manifeste sobre o pedido para ele depor na CPI dos Atos Antidemocráticos, aberta pela CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal).
Por meio de ofício, o deputado distrital Chico Vigilante (PT), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), pede para que Torres seja ouvido em sessão a ser realizada na próxima quinta-feira (9).
Em 8 de janeiro, dia da invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília, Torres estava de férias nos Estados Unidos. Ele foi preso dia 14 de janeiro ao desembarcar em Brasília.
Noutro despacho, Moraes autorizou a restituição dos bens apreendidos na residência de Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar. Com a decisão, ele poderá ter acesso novamente ao aparelho celular, notebook e HD externos.
OITIVA NA CÂMARA LEGISLATIVA
O encaminhamento do ministro ocorre após a Procuradoria-Geral da CLDF protocolar no STF requerimento para que Torres deixe a prisão, no 4° Batalhão da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal), no Guará 2, cidade satélite do DF, e seja ouvido no plenário da CLDF.
O ex-secretário deve ser ouvido pelos deputados distritais, na próxima quinta-feira (9), a partir das 10 horas.
O ex-secretário também é alvo de pedido da CPI para a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático.
MANUTENÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu, na última segunda-feira (27), a manutenção da prisão preventiva do ex-secretário.
Na avaliação da PGR, não há modificações no processo que possam dar a Torres a revogação da prisão.
No documento — assinado pelo subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos —, Santos também acrescentou que defende a manutenção da prisão para proteger a ordem pública e a instrução criminal em que o ex-secretário é alvo.
O encaminhamento ao órgão ocorreu após Moraes pedir a manifestação do órgão para opinar sobre a liberdade do ex-chefe da SSPDF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal), requerida pela defesa.
Com isso, o pedido de revogação da prisão preventiva retorna à mesa do ministro.