Ministro do STF determinou que plataformas entreguem dados de 50 perfis em 48h. PF aponta ligação com milícias digitais bolsonaristas
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou, nesta quinta-feira (2), a abertura de investigação para apurar as ameaças sofridas pelo também ministro da Corte, Flávio Dino.
Isso ocorreu, após ele ter votado pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais 7 aliados no julgamento do “núcleo crucial” da trama golpista, que redundou no 8 de janeiro de 2023.
A decisão atende a pedido da PF (Polícia Federal), que identificou a circulação de mensagens com “ameaças graves” contra a vida e a integridade física de Dino, desde 10 de setembro, quando o magistrado proferiu o voto na Primeira Turma do STF.
MILÍCIAS
Segundo a PF, as ameaças têm indícios de conexão com a atuação de milícias digitais organizadas no período do governo Bolsonaro, cuja estrutura de desinformação e intimidação já é alvo de inquéritos no Supremo.
Moraes determinou que as plataformas Meta — Facebook e Instagram —, TikTok e YouTube entreguem, em até 48 horas, os dados cadastrais de 50 perfis apontados como responsáveis por disseminar as intimidações contra o ministro.
HISTÓRICO DE ATAQUES
Não é a primeira vez que Dino é alvo de hostilidades. Em setembro, uma passageira foi indiciada pela PF por tentar agredi-lo durante voo de São Luís a Brasília.
A mulher responderá por injúria e incitação ao crime.
O caso reforça o clima de perseguição sofrido por ministros do Supremo após decisões em processos que envolvem Jair Bolsonaro e os apoiadores dele.