Ministro do STF autorizou a visita de 38 parlamentares. Segundo o ministro, nem Flávio, nem Marcos do Val podem visitar o preso, porque há conexão dos fatos apurados no inquérito contra Torres com investigações das quais tanto do Val quanto Flávio Bolsonaro fazem parte
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu, em decisão publicada na sexta-feira (5), que os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES) visitem Anderson Torres, ex-ministro da Justiça que está preso no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal.
De acordo com Moraes, há conexão dos fatos apurados no inquérito contra Torres com investigações das quais tanto Marcos do Val — que é investigado no mesmo processo — quanto Flávio Bolsonaro fazem parte.
As visitas dos também senadores Fernando Dueire (MDB-PE) e Nelson Trad Filho (PSD-MS) também foram indeferidas por Moraes, devido aos pedidos terem sido feitos por terceiros não identificadas.
Fernando Dueire é o primeiro-suplente do senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PE). Ele vai ocupar uma das cadeiras representando Pernambuco durante tratamento de saúde do titular.
VISITAÇÃO E PROCEDIMENTOS
Outros 38 parlamentares, porém, tiveram suas visitas autorizadas, como os ex-ministros bolsonaristas Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MS), Ciro Nogueira (PP-PI), Damares Alves (Republicanos-DF) e Sérgio Moro (União-PR).
Como condição, eles não poderão levar quaisquer acompanhantes, assessores, seguranças, jornalistas, familiares, celulares, máquinas fotográficas, gravadores, computadores ou qualquer outro equipamento eletrônico, nem mensagens de qualquer espécie dirigidas a Torres.
Moraes também decidiu pela manutenção do local da prisão de Torres, negando transferência do ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para hospital penitenciário, de acordo com relatório médico e concordância da defesa.
Torres é acusado de ter facilitado os atos golpistas ocorridos no último dia 8 de janeiro de 2023, quando militantes bolsonaristas invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo em Brasília.
EIS OS FATOS
O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, está preso na sede do Bavop (Batalhão de Aviação Operacional) da Polícia Militar de Brasília, desde 14 de janeiro, quando voltou de viagem em que estava de férias nos Estados Unidos. Ele teria ido se encontrar com Bolsonaro, em Miami.
Ele é investigado pela suspeita de omissão e conivência com os atos antidemocráticos, de vandalismo e terror praticado na capital do País, em 8 de janeiro, quando era secretário de Segurança Pública no GDF (Governo do Distrito Federal).
M. V.