O juiz Sergio Moro determinou, na segunda-feira, que a defesa de Lula esclareça “expressamente” se possui os recibos originais que do pagamento de aluguéis ao engenheiro Glaucos da Costamarques, dono de um apartamento vizinho ao que ele mora, em São Bernardo.
O juiz Sergio Moro determinou, na segunda-feira (9), para a defesa de Lula “esclarecer expressamente” se possui os recibos originais do pagamento de aluguéis ao engenheiro Glaucos da Costamarques, “dono” do apartamento vizinho ao que ele mora, em São Bernardo do Campo (SP), que é usado pela família do petista.
A propriedade do imóvel é investigada em processo da Operação Lava Jato, que tem Lula como réu. Segundo denúncia do Ministério Público Federal, o imóvel foi comprado por Costamarques a pedido do pecuarista José Carlos Bumlai, seu primo e amigo de Lula.
Para o MPF, Lula é o dono real do imóvel, que foi adquirido com dinheiro de propina da construtora Odebrecht. Cópias fajutas dos recibos foram apresentadas pela defesa no último dia 25 como “prova” de locação do imóvel entre 2011 e 2015, mas elas trazem datas inexistentes no calendário, erros de grafia e não englobam todos os meses de aluguel.
Na semana passada, os procuradores pediram ao juiz uma perícia nos documentos, sustentando que os comprovantes são falsos. “Os recibos apresentados pela defesa têm origem desconhecida, não trazem nenhuma comprovação a respeito da data em que foram produzidos”, diz o pedido.
Em depoimento a Moro, Costamarques disse que só passou a receber o pagamento em novembro de 2015, após a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai. A defesa de Costamarques também revelou que esses recibos de 2015 foram assinados num único dia, quando estava hospitalizado, após a visita de Roberto Teixeira, advogado e amigo de Lula.
A decisão do juiz apenas determinou aos advogados de Lula que apresentem os originais dos recibos. Ele diz que ainda não é o momento a se determinar a perícia. “Há dúvida, tratando-se de suposto falso ideológico, quanto à adequação de perícia técnica para a solução da controvérsia. Não obstante, trata-se de questão a ser analisada em seguida”, afirma.