O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato em primeira instância, determinou o bloqueio de US$ 5 milhões do patrimônio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A medida abrange confiscos de três imóveis no Rio e uma fração de outra propriedade também na capital fluminense.
A decisão atende parcialmente a um pedido da força-tarefa da Lava Jato. O Ministério Público Federal havia solicitado o confisco também dos bens da mulher de Cunha, a jornalista Cláudia Cruz, dos filhos e empresas vinculados ao deputado cassado.
O seqüestro dos bens está ligado ao processo que o ex-deputado responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos dos navios-sonda Petrobrás 10000 e Vitória 10000. Cunha é denunciado por ser beneficiário de propina no valor de US$ 5 milhões, depositados no exterior por meio de contas em nome de empresas offshores e também dissimulados sob a forma de doações a uma instituição religiosa.
Eduardo Cunha já foi condenado a 15 anos em duas instâncias em outro processo, no qual foi acusado de receber US$ 1,5 milhão em propinas na compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobrás, em 2011. Ele foi preso em outubro de 2016 e, atualmente, cumpre pena no Complexo Médico-Penal de Pinhais, no Paraná.