O ministro da Justiça, Sérgio Moro, defendeu as medidas de quarentena para evitar o avanço da pandemia, como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde,
Na quinta-feira (2), o ministro afirmou que “a prudência recomenda seguir as orientações técnicas”. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Moro defendeu que a população fique em casa.
“Nós estamos vivenciando uma experiência nova, o mundo inteiro, que é o desafio representado por essa pandemia, e a orientação técnica tem sido no sentido de que pra diminuir a expansão da doença é necessário diminuir o contato social”, afirmou.
Moro argumentou que “a orientação é justamente para tentar evitar esse aumento significativo do número de casos num tempo muito curto enquanto nosso sistema de saúde ainda está se preparando para atender a demanda provável de casos”.
No mesmo dia, Bolsonaro afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan, que poderia assinar um decreto para afrouxar a quarentena nos estados. Na mesma entrevista, o presidente disse que ele e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estão se “se bicando há algum tempo”.
Logo depois da fala de Bolsonaro, a mulher do ministro da Justiça, Rosângela Moro, também defendeu que as pessoas devem permanecer em casa e defendeu o ministro da Saúde.
“Entre ciência e achismos eu fico com a ciência. Se você chega doente em um médico, se tem uma doença rara, você não quer ouvir um técnico? @henriquemandetta tem sido o médico de todos nós e minhas saudações são para ele. In Mandetta I trust”, escreveu ela em sua conta do Instagram. Rosângela Moro apagou a postagem minutos depois.
A advogada Rosângela Moro já havia se posicionado a favor da quarentena no início da semana, e foi criticada por bolsonaristas. Na legenda da foto de um avião postada por ela na segunda-feira, escreveu: “a cada 200/300 pessoas que morrem é como se um avião caísse”.
Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, embora reticente, apoia o apelo para que a população permaneça em casa para conter o vírus. No domingo passado, durante uma videoconferência com representantes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Guedes afirmou que “como cidadão, quero ficar em casa e fazer o isolamento”.
Na quinta-feira (2), o ministro defendeu um “equilíbrio” entre o isolamento social necessário e “o que a economia aguenta”.
Mas finalizou, afirmando: “você não sabe ainda a gravidade que a coisa (a pandemia) tem. É preciso garantir a preservação da vida dos brasileiros”.