Morre mulher que foi atropelada e arrastada por quase 1 km pelo ex-namorado

Tainara Souza Santos, de 31 anos, morreu na noite de terça-feira (24) no Hospital das Clínicas, após 25 dias de luta pela vida. A tragédia, que ocorreu no dia 29 de novembro, começou em uma rua do Parque Novo Mundo e terminou na Marginal Tietê, transformando-se em mais um caso emblemático de violência contra a mulher na cidade.

Por volta das 6h daquele dia, Tainara foi atingida intencionalmente por um carro, modelo Volkswagen Golf, dirigido por Douglas Alves da Silva, de 26 anos, descrito por testemunhas e pela família da vítima como um ex-companheiro. Segundo apurações, o veículo não apenas atropelou a mulher, mas a arrastou por aproximadamente um quilômetro pela via.

O suspeito foi preso no dia seguinte e, desde então, permanece no Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos. Em sua versão à polícia, Douglas alega que não conhecia Tainara e que seu objetivo era apenas “assustar” o homem que a acompanhava. No entanto, essa narrativa é contestada por testemunhas, pela família da vítima e até por um amigo do próprio acusado, que confirmaram a existência de um relacionamento passado e citaram ciúmes como motivação do ato.

Internada em estado gravíssimo, Tainara passou por múltiplas cirurgias, incluindo amputações. Sua condição, que parecia instável, piorou sensivelmente após a última intervenção cirúrgica, realizada no domingo (22). Ela não resistiu e faleceu por volta das 19h da véspera de Natal, deixando dois filhos órfãos: um menino de 12 anos e uma menina de 7 anos.

Com sua morte, as acusações contra Douglas devem ser alteradas. O caso, que era investigado como tentativa de feminicídio, deve ser reclassificado para feminicídio consumado. De acordo com o advogado da família, Henrique de Almeida, uma das grandes perdas para a investigação é a prova testemunhal da própria vítima sobre a natureza de seu relacionamento com o acusado, agora silenciada.

A morte de Tainara ocorre em um ano marcado por um aumento histórico nos registros de feminicídio na capital paulista, conforme dados oficiais já divulgados. Sua história se torna mais um triste símbolo da violência de gênero que segue ceifando vidas.

A mudança de”tentativa” para “crime consumado” eleva substancialmente a pena prevista. Enquanto a tentativa pode ter a pena reduzida de um a dois terços, o feminicídio consumado tem pena inicial de 12 a 30 anos de reclusão, podendo ser aumentada devido à crueldade do método empregado – como o arrastamento por longa distância.

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