Morreu neste domingo(29), o ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, aos 100 anos de idade. Ele foi o 39º presidente americano entre 1977 e 1981. Depois de seu mandato, Carter até fez algumas coisas positivas, como quando ajudou com a renúncia do ditador haitiano Raoul Cedras; presidiu as negociações pelo fim da guerra na Iugoslávia e construiu várias moradias para os mais pobres nos EUA.
Mas a política que Carter aplicou durante seu mandato, tanto as medidas econômicas como a política externa, foram um desastre. Internamente ele fez um embargo contra a venda de grãos para a União Soviética, o que se provou um tiro no pé, causando mais danos à própria agricultura dos EUA do que à economia soviética.
Ele nunca conseguiu fazer as reformas sociais que tinha prometido em campanha. Durante seu governo houve alta da inflação e recessão; ou seja, um fracasso de sua política econômica.
Sua política externa foi de uma desumanidade monstruosa. Durante seu mandato ele armou a brutal ditadura militar da Indonésia, que cometeu várias atrocidades contra o próprio povo, deixando milhares de mortos. Mesmo depois da invasão da Indonésia ao Timor Leste, ele continuou armando a ditadura e até a protegeu diplomaticamente na ONU, vetando qualquer resolução pelo fim do genocídio que deixou mais de 200 mil mortos. O maior genocídio cometido até então depois da 2ª Guerra Mundial.
Uma política muito similar à de Joe Biden, protegendo e armando Israel durante seu genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza.
Ele publicamente declarou apoio ao Xá do Irã, Mohamed Reza Palavi, outro ditador brutal, cuja polícia secreta em conluio com a CIA, sequestrava, torturava e matava iranianos indiscriminadamente. “Não há líder com quem eu tenha um senso mais profundo de amizade pessoal e gratidão,” declarou Carter, em apoio incondicional ao ditador iraniano.
Depois que Reza Palavi foi derrubado pelo movimento liderado pelo aiatolá Khomeini, Carter anunciou que daria refúgio ao Xá do Irã (que até então estava escondido no México). Isso provocou uma reação furiosa do povo iraniano que então invadiu a embaixada americana no Irã, em protesto, fazendo 66 reféns, uma crise que durou mais de um ano e destruiu a popularidade de Carter e quaisquer chances de reeleição, abrindo espaço para a vitória esmagadora de Ronald Reagan.
Outro ditador, Anastasio Somoza, da Nicarágua, que matou e torturou milhares de nicaraguenses, ao começar a perder o controle do país para as forças sandinistas, Carter, saiu em socorro do ditador sanguinário, tentou invadir a Nicarágua sob pretexto de fazer uma intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Quando a OEA se recusou a participar da carnificina, mesmo assim ele enviou forças americanas para a Nicarágua, numa ação muito tardia. Somoza foi deposto em 1979 e fugiu para Miami em um avião militar americano pintado como se fosse da Cruz Vermelha.
O mito de Jimmy Carter como um grande humanitário é mais uma mentira entre muitas que o império americano propagandeia para levantar uma ilusão de civilidade. Em 2002 ele ganhou o prêmio Nobel da Paz, assim como Henry Kissinger e Barack Obama, outros dois patrocinadores de guerra imperialistas.
Jimmy Carter faleceu em sua casa, cercado pela família, no estado em que nasceu, na Geórgia. Ele recebia cuidados paliativos em vez de intervenções médicas desde fevereiro de 2023.