O ex-diretor da Petrobrás morava em Petrópolis e foi vítima de câncer
Morreu neste sábado (14) aos 68 anos o ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa. O engenheiro foi vítima de um câncer. Ele confessou desvios de recursos da Petrobrás e foi condenado a mais de 70 anos de prisão. O ex-diretor respondia em liberdade por causa dos acordos de colaboração.
Ele foi preso junto em março de 2014. Dias depois, conseguiu um habeas corpus da Justiça, mas voltou a ser preso. Foi a partir dos depoimentos dele que os policiais desvendaram o esquema de corrupção dentro da estatal. Empreiteiras que mantinham contratos com a estatal superfaturavam os valores dos serviços que prestavam, por meio de contratos aditivos às obras.
Costa virou diretor da Petrobras em 2004, por indicação do ex-deputado federal José Janene, que morreu em 2010. Ele permaneceu no cargo até 2012, quando pediu demissão e abriu a empresa de consultoria. Janene foi eleito pelo PP do Paraná. Como revelaria mais tarde o doleiro Alberto Youssef, teria partido de Janene a ideia de usar a estrutura de desvios na Petrobrás.
O ex-diretor chegou a devolver R$ 79 milhões à Petrobras, dos quais ele assumiu serem todos “produto de atividade criminosa”. Esse dinheiro foi resultado de um acordo firmado com a Procuradoria, em que Costa abriu mão de US$ 23 milhões em contas na Suíça e US$ 2,8 milhões nas ilhas Cayman, em conta com nomes de familiares.
Paulo Roberto Costa nasceu em Telêmaco Borba, cidade do Paraná. Se formou em engenharia pela Universidade Federal do Paraná e ingressou na Petrobras em 1977 como servidor de carreira. Em 1990 foi diretor da Gaspetro e, entre 2004 e 2012, ocupou o cargo de diretor da Petrobras.