O Ministério da Saúde confirmou o aumento da mortalidade materna no ano de 2016. Segundo os dados oficiais foram 64,4 óbitos maternos para cada 100 mil nascidos vivos. Com isso, o país fica ainda mais distante de cumprir com o compromisso assumido com a ONU para a redução de 75% dessas mortes até 2015.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, depois de cair 56% desde 1990, em 2013 a mortalidade materna voltou a crescer. Em 2016, foram 64,4 óbitos para cada 100 mil. Em 2015, a taxa foi de 62 mortes.
A morte materna é definida por qualquer morte que acontece durante a gestação, parto ou até 42 dias após o parto, desde que seja decorrente de causa relacionada ou agravada pela gravidez. Cerca de 92% são evitáveis e ocorrem principalmente por hipertensão, hemorragia, infecções e abortos clandestinos.
O aumento da mortalidade materna é mais um elemento de comprovação do fracasso da política de arrocho realizada pelos governos Dilma e Temer (PT/PMDB). No último período, também houve aumento na mortalidade infantil. Além do retorno de doenças como o sarampo e a explosão do número de casos de sífilis no país.
As regiões Norte e Nordeste concentram as taxas mais altas (84,5 e 78). No Amapá, chega a 141,7, índice comparável a países como Butão e Argélia. O Sul e o Sudeste brasileiros têm os menores índices: 44,2 e 55,8, respectivamente.
Ainda assim, estão distantes de países como Polônia, Finlândia, Suécia, Áustria e Itália, que registram entre 3 e 4 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos, segundo dados de 2015.
Após o fracasso, o Brasil renovou sua meta de redução da mortalidade materna, em maio deste ano. A nova meta presume redução de 50% nos próximos 12 anos, chegando a 30 mortes por 100 mil nascidos vivos em 2030 – o plano original era chegar a 2030 com 20 mortes por 100 mil.
Segundo o ginecologista Rodolfo Pacagnella, presidente da Comissão de Mortalidade Materna da Federação das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a morte materna é causada por uma somatória de erros e demora na assistência à mulher.
“Só o pré-natal não reduz mortes maternas. A mulher pode ter um pré-natal normal, mas apresentar uma complicação no final da gestação e morrer pela demora em receber assistência adequada”.