O general do Exército, Richar Nunes, responsável pela Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro desde fevereiro, admitiu que pode fechar o ano sem concluir o caso de duplo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.
Em entrevista com a equipe de reportagem da Agência Brasil, o general disse que vive 24 horas e sete dias por semana os problemas da segurança do estado.
“Eu sempre falei com essa cautela. Eu nunca fiquei dizendo negócio de data. Existe a possibilidade de fechar? Existe. E existe a possibilidade de a gente ter um pouco mais de dificuldade e levar um pouco mais de tempo.”
Marielle Franco e Anderson foram assassinados a tiros, em 14 de março deste ano, após um evento político no centro do Rio de Janeiro. O crime causou comoção internacional.
Richard Nunes, entretanto, demonstra certa tranquilidade na solução do duplo assassinato, esbanjando firmeza ao falar do legado que deixará em 31 de dezembro, quando termina a intervenção federal no Rio.
Durante a entrevista, em diversos pontos perguntados ao general, ele expressou tranquilidade e confiança. Porém, a realidade da intervenção militar no estado do Rio de Janeiro é diferente. Desde o início da Intervenção, o indicador de letalidade teve um aumento de 13%, em relação a agosto do ano passado, com 552 vítimas. Tal número inclui latrocínios, lesão corporal seguida de morte, homicídios dolosos e homicídios praticados por policiais. Neste último ponto é onde a intervenção demonstra sua maior falência. Aquela esperança de que os militares iriam retificar a Polícia Militar fluminense, notoriamente violenta e corrupta, viu o avesso.
No mês de agosto, a PM do Rio bateu um recorde histórico: o maior número de homicídios decorrentes de intervenção policial. Foram ao menos, 175 pessoas mortas “em confronto”, sendo o maior dado do tipo registrado no mesmo mês em 15 anos e um aumento de 150% em relação ao ano passado.
CURICICA
Reportagem do Jornal “O Globo” aponta que o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando de Curicica, afirmou que Marielle e o motorista Anderson Gomes foram mortos pelo “Escritório do Crime” do Rio de Janeiro, um grupo de matadores de aluguel formado por policiais da ativa e ex-policiais do Rio de Janeiro. Segundo ele entre integrantes do grupo de criminosos, está um major que faz Curso Superior de Polícia (CSP) e pode ser promovido a tenente-coronel.
Segundo ele, a morte da vereadora teve um custo de R$ 200 mil para os mandantes.
A versão dos fatos sobre o assassinato está no gabinete da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Orlando é um dos principais investigados pela Delegacia de Homicídios da Capital do estado. Ele aponta que, apesar de saber quem matou a vereadora desconhece as motivações dos assassinos.