O número de mortes decorrentes da febre amarela em todo o Brasil subiu de 20 para 53 em uma semana, de acordo com um boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira. No mesmo período, os casos notificados saltaram de 470 para 601, enquanto os casos confirmados passaram de 35 para 130.
Os casos confirmados estão divididos em três estados: são 61 em São Paulo, 50 em Minas Gerais e 19 no Rio de Janeiro. Das 601 notificações, 309 foram descartadas, e 162 seguem sendo investigados. São Paulo lidera a lista, (84), seguido pelo Espírito Santo (22) e Minas Gerais (18). O Rio de Janeiro tem apenas um caso sendo investigado.
Os números foram apresentados durante videoconferência entre o Ministério da Saúde e representantes estaduais e municipais de São Paulo, do Rio de Janeiro e da Bahia, onde serão realizadas campanhas de vacinação contra a febre amarela com uso das doses fracionadas.
Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, embora a área exposta este ano seja muito maior e abrangendo grandes cidades com maior concentração populacional do que no ano passado a situação é de controle da doença. “Esses números demonstram que a situação deste ano é muito mais controlada, se comparada ao ano passado”, disse o ministro.
Barros em nenhum momento falou sobre o corte de verba no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças (SNVECD), ou sobre como reduzindo a verba para prevenção ele pretende reduzir os danos e óbitos causados pela febre amarela. Tão pouco disse quais são as ações do Ministério. Ele concentrou sua fala em pedir “disposição” aos estados e municípios e enalteceu o uso de doses fracionadas da vacina.
Entre 2016 e 2017, quando os primeiros sinais de aumento do número de casos e a expansão para a região sudeste do país foram detectados, a medida prática tomada pelo governo de Michel Temer (PMDB) para o combate a doença foi a redução em 33% dos repasses para o SNVECD, caindo de R$ 29,4 milhões em 2016 para R$ 19,7 em 2017.
Os dados do ministério apresentam ainda uma defasagem em relação aos das secretarias estaduais. Enquanto a pasta indica 24 mortes em Minas Gerais, por exemplo, a secretaria de Saúde do estado já confirmou 25 óbitos. No Rio de Janeiro a situação é parecida: o governo federal contabilizou sete mortes, mas o número já subiu para oito. O ministério também registrou 21 óbitos em São Paulo.