Em reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU nesta segunda-feira (09), o embaixador russo Vassily Nebenzia advertiu sobre “sérias consequências” em caso de ataque a Damasco, como vem ameaçando Washington, com a convivência de Paris, após o encenado “ataque químico com cloro” de sábado em Douma.
Na véspera, a chancelaria russa dito que “é necessário uma vez mais advertir que uma intervenção militar sob pretextos falsos e fabricados na Síria, onde os militares russos permanecem a pedido do governo legítimo, é absolutamente inaceitável e pode causar as mais graves conseqüências”.
“Pedimos aos ocidentais que abandonem a retórica da guerra”, disse Nebenzia na ONU, citando a falta de provas de um ataque químico em Duma. Ele pediu aos investigadores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) que visitem a Síria, dizendo que as tropas russas os escoltariam até a área do suposto ataque.
Também o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, alertou o Conselho de Segurança sobre os riscos da “escalada incontrolável” na Síria. Ele ressaltou que a ONU “é incapaz de verificar independentemente [se houve] o ataque”, ou quem é responsável. “Temos de exercer a máxima moderação e evitar mais escalada ou confronto”.
Questão que já havia sido apontada pelo embaixador russo, ao questionar “vocês percebem o limiar perigoso para o qual estão levando o mundo?”, depois da histérica peroração da porta-voz de Washington na ONU, Nikki Haley, de que os EUA “vão responder ao ataque mortal independentemente de o Conselho de Segurança agir ou não”.
O enviado do governo Macron, François Delattre, também quis mostrar serviço a Trump, insistindo na provocação sobre o “ataque com cloro”, e dizendo que “nenhum avião sírio decola sem que o aliado russo seja informado” e que haveria “acordo tácito ou explícito”.