Motociata de Bolsonaro é vaiada por ônibus lotado antes de chegar ao ato de Copacabana

Passageiros vaiam Bolsonaro no Rio de Janeiro (reproduçãp)

No comício, que devia ser um ato pelos 200 anos da Independência, ele pediu votos e atacou Lula. Na plateia pululavam cartazes pedindo o golpe. “Essa gente tem que ser extirpada”, respondia Bolsonaro

Jair Bolsonaro seguiu, no Rio de Janeiro, o mesmo script eleitoreiro e oportunista adotado no ato de 7 de Setembro da Esplanada dos Ministérios realizado pela manhã, na capital. Ao invés de falar da Pátria, usou a data para pedir votos de cima de um carro de som do pastor Silas Malafaia e atacar o seu adversário, que lidera as pesquisas eleitorais.

CARIOCAS VAIAM A PRESEPADA

Antes de chegar a Copacabana, Bolsonaro participou de uma motociata pelas ruas do Rio de Janeiro. No caminho, já em Copacabana, a comitiva de motoqueiros onde estava o presidente foi vaiada pelos passageiros de um ônibus lotado, de onde se ouviu gritos de Lula! Lula! Ao chegar à orla, ele subiu no caminhão de som para fazer um discurso aos seus apoiadores.

Comício de Bolsonaro (Reprodução da TV Globo)

Bolsonaro atropelou a manifestação dos 200 anos da Independência, que deveria ser uma festa de todos os brasileiros, transformando-a, ilegalmente, em um comício eleitoral em benefício próprio.

Pregação do golpe (Foto: Márcia Foleto)

“Neste momento de decisão – e vocês sabem que nós somos escravos das nossas decisões – vejam a vida pregressa [dos candidatos], não só pessoal, mas também ao longo do seu respectivo mandato, para vocês poderem fazer a sua decisão”, disse Bolsonaro às cerca de 30 mil pessoas que assistiam ao seu comício.

FAIXAS PELO GOLPE

Em Copacabana, assim como ocorreu em Brasília, seguidores de Bolsonaro exibiam faixas e cartazes pregando o golpe de Estado, o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, a demissão de ministros do STF, a volta do AI-5, a criminalização dos comunistas e outras aberrações. Vários pediam a intervenção militar e a ruptura democrática.

Não aceito segundo turno (Marcos Serra Lima)

“Eu irei para onde vocês apontarem. Tenha certeza que teremos um governo muito melhor com a nossa reeleição, com a graça de Deus”, afirmou Bolsonaro, insinuando que se eleito essas “bandeiras” golpistas serão desfraldadas. Não foi à toa que ele disse há dois dias que iria se ver com Fachin depois das eleições.

Fechar o STF (Marcos Cesar Lima)

Atrás nas pesquisas, Bolsonaro atacou o líder, Lula. “Compare o Brasil com os países da América do Sul”, prosseguiu. “Com a Venezuela, com o que está acontecendo na Argentina, e compare com a Nicarágua. Em comum, esses países têm nomes que são amigos entre si. Todos são amigos do quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição no Brasil”, disse Bolsonaro. Ele afirmou ainda que “esse tipo de gente” tem que ser “extirpada da vida pública”.

E prosseguiu em seu comício eleitoreiro num evento que deveria ser um ato oficial de todo o país. “Eu tenho certeza que vocês sabem o que nós devemos fazer para que o Brasil continue no caminho em que está. Vocês sabem também que hoje temos um governo que acredita em Deus, que respeita policiais e militares. Sabem que esse governo defende a família brasileira. E, o que é mais importante, é o governo que deve lealdade ao seu povo”, disse ele.

SÃO PAULO

Eleitores de Bolsonaro pediram golpe de Estado (reprodução)
Avenida Paulista (Carlos Henrique Dias)

Mesmo com chuva, bolsonaristas a favor do golpe se reuniram na Avenida Paulista para pedir o fechamento do Supremo e outras medidas arbitrárias. Muitos deles estavam vestidos de verde e amarelo, mas seguravam cartazes em inglês. Bolsonaro não compareceu em São Paulo.

Cartazes em inglês Carlos Henrique Dias)

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *