
Um motorista que trabalhou para Antonio Palocci confirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF), ter presenciado o transporte de dinheiro em espécie pelo ex-ministro. Carlos Alberto Pocente declarou ter transportado Palocci para encontros em empresas do setor financeiro, como BTG, Santander, Bradesco e Safra, além de outros setores, e depois disso conduzi-lo até o Instituto Lula.
“Acredita que em muitas vezes que levou Antonio Palocci ao Instituto Lula ele estava carregando recursos em espécie”, diz o relatório sobre o depoimento.
O motorista, que prestou serviços ao ex-ministro durante mais de uma década, disse que “levou Palocci até diversos banqueiros e sedes dos bancos. Que se recorda de ter levado Palocci em muitas oportunidades ao banco Safra, bem como a residência de seu proprietário. Que já levou Antonio Palocci em inúmeras oportunidades até à residência do (banqueiro) André Esteves”.
Pocente citou um episódio em que o ex-ministro participou de um almoço no banco Safra, onde entrou com uma maleta vazia e que, após o almoço, “a maleta claramente estava cheia”. “Nessa oportunidade, depois de ir ao banco Safra, foram até a residência de Palocci e, após, dirigiram-se ao Instituto Lula”, afirmou. Segundo ele, em certas ocasiões foi advertido sobre a existência de dinheiro em espécie no carro.
Pocente confirma entrega de uma caixa de uísque a Lula no aeroporto de Congonhas. Em sua colaboração premiada, Palocci contou que entregava propina a Lula em caixas da bebida.
O motorista disse ainda que o político se encontrava periodicamente com o empreiteiro Marcelo Odebrecht. Ele se recorda que, em alguns episódios, Lula e o empresário Léo Pinheiro, da construtora OAS, participavam das reuniões na residência de Odebrecht.
Outro motorista de Palocci, Claudio de Souza Gouvêa, confirmou que testemunhou o ex-ministro “levar dinheiro em espécie dentro de uma caixa de celular para ser entregue a Luiz Inácio Lula da Silva, em meados de 2010, no Terminal da Aeronáutica em Brasília/DF”.
Ele também declarou que em algumas oportunidades “constatou Palocci carregando quantidades elevadas de recursos”. Claudio Gouvêa relatou que várias vezes Palocci informava que estava carregando documentos. E que quando falava “documentos” fazia o gesto que sinalizava dinheiro, com o dedão e o indicador da mesma mão.
Leia aqui o depoimento de Pocente
Leia aqui o depoimento de Gouvea