Motoristas, cobradores e técnicos de manutenção dos ônibus urbanos de São Paulo vão parar na próxima sexta-feira (7). A greve, de 24 horas, foi decidida em assembleia da categoria na segunda-feira (3) com a presença de 4 mil trabalhadores.
Conforme o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 3,69% conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumento real de 5%, e a reposição das perdas salariais acumuladas durante a pandemia, estimadas em 2,46%.
“Estamos há 45 dias tentando o caminho do diálogo para resolver esta questão, e tudo o que os patrões ofereceram foram pautas sem impacto econômico. Reajuste e outros benefícios importantes sequer foram discutidos”, afirma o presidente do Sindicato, Edivaldo Santiago. “Não vamos fechar acordo ruim e ficar marcados de forma negativa junto aos trabalhadores. Fomos escolhidos para transformar a vida da categoria e resgatar suas perdas. E vamos em busca disso num grande movimento paredista na cidade de São Paulo”, ressalta.
De acordo com a entidade, entre as reivindicações da categoria estão “Participação nos Lucros e Resultados (PLR), reajuste do ticket para 38 reais, cesta básica com produtos de qualidade e fim do termo ‘similar’, reajuste de 17% no seguro de vida e cobertura de 10 salários mínimos em respeito a lei 12.619 (lei do motorista), melhoria nos convênios médico e odontológico, jornada de trabalho de 7 horas efetivamente trabalhadas (6h30 mais 30 minutos de descanso e refeição) ou 6 horas trabalhadas e 1 hora remunerada, auxílio funeral com revisão dos valores e cartão para uso em necessidade.”
AUDIÊNCIA NO TRT
Após a Prefeitura de São Paulo entrar com um pedido na Justiça para exigir 100% do funcionamento da frota de ônibus nos horários de pico, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que uma audiência de conciliação sobre a greve seja realizada nesta quarta-feira (5).
“Pois bem, a fim de buscar a conciliação entre as partes e evitar a deflagração do movimento paredista, que causará prejuízo à circulação “[…] dos ônibus nos 30 (trinta) Terminais da cidade e nas 1.304 linhas operadas pelas concessionárias de transporte coletivo“, o que afetará um contingente estimado de 4,3 milhões de passageiros diários segundo estudos da requerente SPTrans, designo audiência para o dia 05/06/2024, às 16h00”, diz a decisão.