“Já o tema da anistia é sensível. Divide a sociedade”, declarou o presidente da Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil “está madura para ser votada” e não deve ser vinculada à anistia defendida pelos bolsonaristas.
“Vincular uma coisa à outra não é correto. A isenção do IR está madura para ser votada. Cumpriu todo o processo legislativo. A urgência dessa pauta foi aprovada por unanimidade”, disse.
“Já o tema da anistia é sensível. Divide a sociedade. É preciso conversar com o Senado. O relator está trabalhando para construir uma solução”, continuou Motta.
Hugo Motta, junto ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), se reuniu com o presidente Lula e afirmou que a votação da isenção do IR ocorrerá na quarta-feira (1).
A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, também esteve no encontro e comentou que “falamos sobre IR e medidas provisórias só”. A votação da isenção defendida pelo governo “está marcada para amanhã”. “IR será agora, amanhã na Câmara. E chegando no Senado, não demora muito a votar”, completou.
O PL da anistia, que tem a relatoria do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), é defendido pelos parlamentares bolsonaristas para tentar deixar Jair Bolsonaro na impunidade, anulando sua condenação por tentativa de golpe. O texto, no entanto, ainda não foi definido e pode somente diminuir as penas dos presos e condenados pelo ataque de 8 de janeiro.
Hugo Motta colocou na pauta da sessão de terça-feira (30) requerimentos de urgência relacionados a projetos de segurança pública. A decisão ocorre em meio ao desgaste da imagem da Câmara por ter aprovado a urgência do PL da Blindagem e a pressão pela anistia aos golpistas, que foram criticadas em manifestações ocorridas em 21 de setembro.