
Parlamentares liderados por Bolsonaro tentaram sequestrar o Congresso para tentar impor as pautas da anistia, na Câmara, e do impedimento do ministro do STF, Alexandre de Moraes, no Senado
O Congresso Nacional foi surpreendido, nesta terça-feira (5), no que deveria ser a retomada dos trabalhos legislativos, após o recesso parlamentar, que se encerrou dia 31 de julho, com motim de parlamentares bolsonaristas.
A oposição bolsonarista não permitiu o reinício dos trabalhos ao ocuparem as mesas diretoras de ambas as casas legislativas — Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Diante das decisões cautelares do STF (Supremo Tribunal Federal) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a oposição resolveu impedir que o Congresso delibere.
Antes, eles querem impor o projeto de anistia ao ex-presidente, na Câmara, e o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, no Senado.
Isto está fora de cogitação. Tanto Alcolumbre quanto Motta já definiram que estas pautas não são prioridade do Brasil e do povo brasileiro. Portanto, não irão agendar essas propostas, que são exclusivamente das bancadas bolsonaristas no Congresso e de mais ninguém.
“EXERCÍCIO ARBITRÁRIO”
Diante da situação inusitada, por meio de nota, o presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP) escreveu, que a “ocupação das Mesas Diretoras das Casas, que inviabilize o seu funcionamento, constitui exercício arbitrário das próprias razões, algo inusitado e alheio aos princípios democráticos.”
E convocou reunião dos líderes partidários, “inclusive para que todas as correntes políticas possam se expressar legitimamente”, já que apenas os apoiadores de Bolsonaro estão se posicionando, ao impedir a retomada dos trabalhos legislativos.
PONTE PARA O ENTENDIMENTO
Na Câmara, a bancada bolsonarista também ocupou a Mesa Diretora dos trabalhos da Casa e impediu a retomada das atividades legislativas. Diante dessa situação, o presidente Hugo Motta determinou o “encerramento da sessão do dia de hoje e amanhã”, com “reunião de líderes para tratar da pauta”.
“Acompanho a situação em Brasília desde as primeiras horas do dia de hoje, inclusive o que vem acontecendo agora à tarde no Plenário da Câmara”, escreveu o presidente, por meio das redes digitais.
“Determinei o encerramento da sessão do dia de hoje e amanhã chamarei reunião de líderes para tratar da pauta, que sempre será definida com base no diálogo e no respeito institucional. O Parlamento deve ser a ponte para o entendimento”, acrescentou.