
Dirigentes da Campanha contra a Carestia entregaram ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, nesta sexta-feira (21), o manifesto do movimento pela redução do preço dos alimentos.
O documento foi entregue por Lídia Correia, Antônio Pedro, o Tonhão, diretor da Federação de Associações Comunitárias de São Paulo (Facesp), e Romilda Correia, presidente da Associação de Mulheres da Bela Vista e dirigente da Federação das Mulheres Paulistas (FMP).
“A situação está grave e precisamos de medidas rápidas para quem tem fome”, afirmou Lídia. “Então, nós apresentamos ao vice-presidente as nossas propostas, a necessidade de investimento pesado em estoque reguladores, em medidas de controle de preço. Ele já nos recebeu em outros momentos e mostrou receptividade para essa pauta tão importante nesse momento”, destacou.
O documento, assinado por diversas entidades sociais, sindicais, de movimentos populares e de moradia, afirma que “o Brasil começou a ser reconstruído em 2023, mas a carestia permanece sendo um pesadelo. A alta dos preços tem ligação direta com o agronegócio, que privilegia muito mais a exportação à custa de um encarecimento absurdo dos alimentos, combinado com o aumento exponencial da fome da população brasileira”.
“A justificativa para esse aumento de preços vai desde ‘a subida do dólar’, ‘a sazonalidade da produção’, ou ‘fatores climáticos’, mas, na verdade, acontece pelo total descontrole sobre a especulação financeira que tomou conta do setor agrícola no Brasil, associado às mais altas taxas de juros do mundo, mortais para os produtores. Em todo o mundo a soberania alimentar é tratada como assunto estratégico de Estado, assim como a defesa militar, segurança pública e proteção à infância”.
Entre as propostas apresentadas pelo movimento estão: investimento imediato de R$ 2 bilhões de reais para a reconstrução dos estoques reguladores de alimentos que compõem a cesta básica ampliada; garantia de que parte da produção de alimentos no Brasil seja reservada ao mercado interno; reduzir imposto de importação para alimentos com preço externo menor que o interno; fim da isenção de impostos aos exportadores de alimentos; abertura, em caráter emergencial, de cerca de 2 mil armazéns de alimentos em todo o Brasil, com preços subsidiados, numa parceria do governo federal com prefeituras e governos estaduais.