Manifestação ampla foi discutida em reunião realizada na terça-feira (7) e deverá ocorrer no final de setembro
Diante da crise política e de seu agravamento recente, após os intenções golpistas de Jair Bolsonaro, o movimento “Direitos Já – Fórum pela Democracia”, decidiu, em reunião realizada na noite de terça-feira (7), intensificar a luta pela democracia e contra o governo Bolsonaro.
A proposta é promover uma agenda com uma série de ações com grande amplitude política, nos moldes da campanha das “Diretas Já”, da década de 1980, que derrotou a ditadura. O objetivo é reforçar a pressão da sociedade contra os desmandos e as insanidades do governo Bolsonaro. A reunião foi conduzida pelo sociólogo Fernando Guimarães, coordenador do movimento.
Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, um dos presentes à reunião, a agenda culminaria com um grande ato nacional juntando todas as lideranças políticas, entidades e personalidades do país, nos fins de semana de 25 de setembro ou 2 de outubro, datas que coincidiriam também com a apresentação e votação do relatório final da CPI da Covid.
A deputada federal Jandira Feghali, que representou o PCdoB na reunião, ressaltou a necessidade de incluir nestas ações e nesta grande manifestação todos os setores políticos do país que estão na oposição a Bolsonaro. Na opinião da deputada esta é a forma de derrotarmos este governo antidemocrático que tanto mal está causando ao país.
Participaram da reunião, além do senador Randolfe e da deputada Jandira, o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT), o senador José Aníbal, pelo PSDB de São Paulo, Walter Sorrentino, vice-presidente do PCdoB, a ex-senadora e ex-presidenciável Marina Silva, a deputada Gleissi Hoffmann, presidente do PT, e representantes do DEM, PSB, PSL, PV e Cidadania.
“A ideia de ampliarmos as forças envolvidas nas manifestações contra o governo Bolsonaro, é fundamental”, assinalou Walter Sorrentino. “Já vínhamos alertando há algum tempo dos riscos para o país de um governo tóxico como este permanecer até o ano que vem”, frisou o dirigente nacional do PCdoB.
Entre as atividades do calendário proposto, que ocupa todo o mês de setembro, ocorrerá um ato internacional com personalidades políticas e intelectuais contra Bolsonaro, o pedido de uma audiência com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, um novo pedido de impeachment com a assinatura de juristas da esquerda à direita, que culminará com uma grande manifestação de rua.
Leia a íntegra da nota do Movimento Direitos Já
A versão bolsonarista para este 7 de Setembro de 2021 exige uma resposta contundente das forças democráticas brasileiras, não há mais como justificar qualquer tipo de tolerância a seu projeto golpista. Urge que seja definitivamente retirada qualquer sustentação a este projeto tirânico, pois são inaceitáveis as ameaças explícitas a outro poder, bem como o uso de recursos públicos para fomentar ataques à democracia, ao sistema de votação eletrônica e para a sua promoção eleitoral.
Aqueles que não se posicionarem a favor da democracia e das instituições brasileiras estarão fazendo uma escolha histórica pela arbitrariedade, somando-se à atitude ilegal de Bolsonaro, que promete descumprir decisões do Supremo Tribunal Federal. Uma vez rasgada a Constituição desta forma, o que restará? E de qual lado estarão as forças políticas, sociais e econômicas que têm silenciado diante de seguidos ataques e ameaças promovidos pela extrema-direita no Brasil?
A urgência deste momento deveria ser o enfrentamento da pandemia, da fome, do desemprego, da desigualdade, da inflação desenfreada, da crise hídrica e energética, reflexo da mais nefasta política ambiental do planeta, e de todos os demais problemas do país. São enormes os desafios para a reconstrução do Brasil e o presidente não apresenta condições mínimas para liderar estes esforços.
A sociedade brasileira clama por independência, democracia, autonomia, justiça social e paz. Que as instituições cumpram o seu papel de forma exemplar e este 7 de Setembro seja para sempre símbolo de um ponto de virada, do início da superação desse projeto insensato e despótico.
O Direitos Já! Fórum da Democracia é um movimento da sociedade civil em defesa da democracia e dos valores fundamentais expressos na Constituição Cidadã. Coordenado pelo sociólogo Fernando Guimarães, reúne ativistas das mais diversas organizações da sociedade civil e lideranças políticas de amplo espectro partidário (PSOL, PCdoB, PT, PSB, PDT, PV, REDE, PSDB, PSD, Cidadania, Podemos, MDB, DEM, PSL, PL e AGIR).
Participaram da reunião:
Aldo Arantes (PCdoB), Antônio Ramalho (PSD), Clóvis Carvalho (PSDB), Daniel Annenberg (PSDB), Duda Alcântara (REDE), Eduardo Suplicy (PT), Elias Gomes (PSDB), Eliseu Gabriel (PSB), Eva Blay (PSDB), Felipe Rigoni, Floriano Pesaro (PSDB), Gleisi Hoffmann (PT), Gustavo Petta (PCdoB), Jandira Feghali (PCdoB), José Aníbal (PSDB), José Luiz Penna (PV), Júnior Bozzella (PSL), Mariana Lacerda (REDE), Marina Silva (REDE), Nabil Bonduki (PT), Randolfe Rodrigues (REDE), Raul Henry (MDB), Ricardo Patah (PSD), Ricardo Scog (PDT), Rodrigo Carvalho (PCdoB), Tarso Genro (PT), Zé Gustavo (REDE), Wagner Pires (AGIR) e Walter Sorrentino (PCdoB). Também estavam presentes Belisário dos Santos Jr. e o professor José Álvaro Moisés.