O movimento Engenharia pela Democracia (EngD) realizará seu lançamento oficial no próximo domingo, 3 de outubro, às 17h00, pelo Youtube e Facebook. O evento contará com a presença de diversas lideranças nacionais. O movimento é suprapartidário da comunidade da Engenharia brasileira, em defesa dos direitos, da democracia e da soberania nacional.
“Na perspectiva de atravessar este deserto que vivemos, lideranças de várias áreas da engenharia se unem para um novo momento, uma nova caminhada cívica. Unir, reunir jovens e profissionais experimentados para um grande compromisso de reinventar a Nação. Como? Para quê? Com quem? Venha saber e influir”, conta o chamado do grupo.
O lançamento contará com a presença de Roseli de Deus Lopes, pesquisadora em tecnologias da educação do LSI/EPUSP, coordenadora da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia-FEBRACE, incentivo à pesquisa do jovem e vice-diretora do IEA/USP; Ricardo Galvão, que foi diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do CBPF, professor de renome e prêmios internacionais foi considerado a pessoa dentre dez mais importante para a Ciência, segundo a revista Nature-2019 e; Guilherme Estrella, geólogo, foi superintendente do Centro de Pesquisas da Petrobras, diretor de exploração e produção da Petrobras (Cenpes), entre 2003 à 2012 e é considerado o descobridor do pré-sal.
Democracia e soberania
Guilherme Estrella destacou a importância do movimento acerca da defesa da democracia e da soberania, ressaltando a Petrobrás e sua notoriedade para o desenvolvimento nacional.
“10 anos após a fundação da Petrobras, em 1963, a empresa fundou o Centro de Pesquisa – o CENPES – numa decisão moderna. Ele foi fundado junto a uma universidade – a Universidade do Brasil, na Praia Vermelha. Essa ligação de um centro de pesquisa industrial com uma universidade, que detém o conhecimento científico, é o cara do chão de fábrica junto com o PhD. Isso é uma solução incomum nas empresas. A Petrobras iniciou a formação de profissionais de seu quadro técnico para se tornar uma empresa completamente competente a nível internacional desde seu início. Mas isso não para aí, pois há outro ponto interessante”, disse.
“Uma coisa é você produzir petróleo dentro de uma realidade em que a tecnologia e o conhecimento geocientífico, de engenharia e de operação do setor petrolífero, já estejam disponíveis no mundo e já sejam de conhecimento mundial, como foram as nossas descobertas em águas rasas na Bacia de Campos. Mas na hora em que, mantida a busca por tornar o Brasil autossuficiente, descobrimos petróleo na Bacia de Campos em águas profundas, nos deparamos aí com o desafio maior de toda a vida da Petrobras”.
“Temos muito petróleo em águas profundas, mas ninguém tem tecnologia no mundo. A Petrobras enfrenta isso como monopólio estatal, sem nada desse negócio de competição, algo absolutamente secundário, pois o que vale é o compromisso da companhia com o Brasil”, continuou.
“A Petrobras venceu esse desafio, e desenvolvemos tecnologia com base em conhecimento geocientífico. Dominamos a tecnologia pela primeira vez no mundo de produção em águas profundas. Isso diferencia a Petrobras pelos desafios que tivemos em nossas origens de nos tornar uma empresa de petróleo com um centro de pesquisa extremamente avançado, ligado à universidade brasileira. Tanto que, quando a Universidade do Brasil acabou, e a UFRJ se instalou na Ilha do Fundão, a Petrobras imediatamente construiu o CENPES lá, ao lado da Escola de Engenharia e do Instituto de Geociências”, concluiu Guilherme Estrella.
Nova independência
O chamado para o lançamento do evento continua falando sobre a necessidade da comunidade da engenharia se organizar e defender a democracia.
“Entende-se que para se conquistar uma plena democracia seja necessário cada vez mais engenharia. Para atender às demandas claras que a ampla população brasileira necessita. Diminuindo as desigualdades e musculando a cidadania”, diz.
“Uma nova independência deve-se conquistar após 200 anos. Soberania nacional rima com comida na mesa e alta tecnologia de aviões e do pré-sal. Há também uma mesa redonda premiada com o tema: “Engenharia pela Democracia: Desafios e Fronteiras”, conta o movimento.
No início do mês, o movimento lançou um manifesto em defesa dos atos democráticos no dia 7 de setembro, contra os ataques realizados às instituições, contra a ciência e o fechamento do STF, realizados pelo bolsonarismo.
A nota à época denunciava o ataque do governo Bolsonaro à democracia, em que o governo ameaçava diariamente ações contra as instituições e conquistas do povo. “O movimento Engenharia pela Democracia responde com as armas da liberdade, da solidariedade, da ciência e da união”, disse.
Para participar do debate:
https://www.youtube.com/watch?v=kh1WD87izcI&ab_channel=EngenhariaPelaDemocracia
Veja a nota na integra:
https://horadopovo.com.br/7-de-setembro-engenheiros-denunciam-ameacas-de-bolsonaro-e-reafirmam-defesa-da-democracia/