Ministro e seus familiares foram hostilizados e agredidos por três brasileiros bolsonaristas no aeroporto de Fiumicino, em Roma
O Ministério Público da Itália apresentou parecer favorável à Justiça do país para o envio de vídeos em que mostram o ataque sofrido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no Aeroporto Internacional de Roma.
A Justiça italiana apresentou pedido ao MP do país para se posicionar sobre o envio das imagens às autoridades brasileiras. O parecer positivo foi enviado à Justiça.
Com isso, as imagens poderão ser enviadas ao Brasil. Os vídeos serão entregues para a PF (Polícia Federal), em Brasília.
AINDA NÃO HÁ PRAZO PARA CONCLUSÃO DO PROCESSO
Ainda não há previsão de quando todo processo será concluído. O pedido de acesso às imagens foi realizado em 17 de julho pela PF diretamente para a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).
Moraes foi hostilizado por três brasileiros, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no aeroporto de Fiumicino, em Roma.
VIOLÊNCIA E AGRESSÃO
O magistrado relatou que filho chegou a ser agredido. O empresário Roberto Mantovani Filho, a mulher dele, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta, são investigados em inquérito aberto para apurar o episódio.
O casal nega ter agredido o filho do ministro.
Roberto admitiu que pode ter encostado o braço no rosto do filho de Moraes para proteger a esposa.
EIS OS FATOS
Tudo ocorreu dia 14 de julho, numa sexta-feira, quando o ministro e familiares foram hostilizados pelo grupo de brasileiros no aeroporto internacional de Roma, na capital da Itália.
Segundo a imprensa brasileira, citando interlocutores da Polícia Federal e do Ministério da Justiça, o filho do ministro chegou a ser agredido fisicamente por Roberto Mantovani.
Eles foram atacados por volta das 18h45 (horário local) ao retornar da Universidade de Siena, onde o ministro realizou palestra no Fórum Internacional de Direito.
O ministro foi xingado de “bandido, comunista e comprado” pela mulher, identificada como Andréia. Um terceiro agressor, Alex Zanatta, também proferiu palavras de baixo calão contra Moraes e os familiares.
INQUÉRITO ABERTO PELA PF
Nenhum dos agressores bolsonaristas foi preso, mas todos se tornaram alvos de inquérito aberto pela PF, e vão responder em liberdade por crimes contra a honra e ameaça.
Na ocasião, em publicação no Twitter, o ministro da Justiça, Flávio Dino, criticou o comportamento dos brasileiros, classificando-os como criminosos.
“Até quando essa gente extremista vai agredir agentes públicos, em locais públicos, mesmo quando acompanhados de suas famílias? Comportamento criminoso de quem acha que pode fazer qualquer coisa por ter dinheiro no bolso. Querem ser ‘elite’, mas não têm a educação mais elementar”, escreveu, na ocasião, Dino.