A morte de um adolescente de 12 anos devido a complicações da Covid-19, em Londrina, em junho do ano passado, levou o Ministério Público do Paraná a denunciar um médico por homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar.
Segundo análise do MP, o profissional teria sido “negligente, imprudente e imperito” ao atender o paciente, que tinha comorbidades relacionadas à doença.
O Ministério Público do Paraná aponta ainda que o profissional teria prescrito inalação de hidroxicloroquina. Além disso, as dosagens de remédios foram recomendadas acima dos parâmetros corretos para idade e peso do menino. Ainda de acordo com o MP, o médico acompanhava o estado do menino por meio de consultas virtuais, pelo WhatsApp
A denúncia foi oferecida pela 24ª Promotoria de Justiça de Londrina, que é responsável por questões relacionadas à Saúde e Direitos Humanos, que também diz que o profissional não teria encaminhado o adolescente para internação hospitalar, apesar de o quadro do garoto indicar que se tratava de um caso grave da Covid-19.
O MP, por meio da Promotoria, defende que os crimes praticados também passam por exercício ilegal da profissão, emissão de atestado falso e, ainda, por omissão de notificação por doença contagiosa. Além disso, a medida também solicita o pagamento de indenização por danos morais e materiais à família do adolescente, que morreu em 9 de junho de 2021.
O médico já havia ficado quase seis meses proibido de exercer a profissão, no ano passado, por decisão do Conselho Regional de Medicina. Ele conseguiu reverter a decisão e trabalhar de forma remota. O médico entrou com um recurso no Conselho Federal de Medicina e lá obteve a autorização.
O Ministério Público do Paraná não divulgou o nome do médico.