
Nesta segunda-feira (17), o Ministério Público (MP) denunciou à Justiça seis acusados de participarem diretamente do assassinato a tiros de Vinicius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), em 2024, na Grande São Paulo.
Além disso, pediu a conversão dos mandados de prisões temporárias deles em preventivas, que significa sem prazo para terminar. O poder judiciário ainda não se manifestou a respeito.
Além do homicídio de Gritzbach, três policiais militares e três outros homens foram denunciados pelo MP pelo assassinato de um motorista de aplicativo, vítima de bala perdida, e duas tentativas de homicídio contra duas pessoas feridas por estilhaços dos disparos.
Os crimes foram cometidos em 8 de novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana. Câmeras de segurança gravaram a ação dos bandidos no maior aeroporto do país.
INDICIADOS
O cabo Denis Martins e o soldado Ruan Rodrigues são acusados pela Promotoria de usarem fuzis para matar Gritzbach. Eles respondem diretamente pelos dois homicídios e duas tentativas de homicídios.
O tenente Fernando Genauro é acusado de ajudar a dupla na execução ao levá-la de carro até o local do crime e depois ajudá-la a fugir. Ele responde como co-autor dos homicídios e tentativas.
Kauê Amaral, apontado como “olheiro” do grupo, foi acusado de dar informações para os atiradores e monitorar os passos de Gritzbach no aeroporto até que fosse executado. Emílio Gongorra, o “Cigarreira”, e Diego Amaral, o “Didi”, são considerados os mandantes do assassinato do delator do PCC.
Eles respondem como co-autores dos homicídios e tentativas. Esses três estão foragidos e são procurados pelas autoridades.
Segundo a Polícia Civil, Gritzbach foi morto por vingança. Ele era empresário ligado ao ramo imobiliário e lavava dinheiro para o Primeiro Comando da Capital. O processo do caso tem mais de 5 mil páginas.
De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), “Cigarreira” mandou matar o desafeto Gritzbach para vingar Anselmo Santa Fausta, o “Cara Preta”, traficante assassinado numa emboscada em 2021. Além dele, o seu motorista, Antonio Corona Neto, o “Sem Sangue”, morreu no ataque. O empresário era suspeito de mandar matar “Cara Preta” e “Sem Sangue”.
A morte dos amigos, um suposto desfalque financeiro na facção e a delação de Gritzbach, em que ele aponta ligações entre agentes do estado e criminosos do PCC, levaram “Cigarreira” a arquitetar a execução, segundo a investigação.
Gritzbach entregou esquemas criminosos do PCC e depois denunciou policiais por corrupção em depoimentos ao Ministério Público. Ele respondia a processo judicial acusado de lavar dinheiro da facção por meio da compra e venda de imóveis e postos de combustíveis.
Em troca da delação, o MP pediria à Justiça para Grtizbach não ser condenado por associação criminosa. Responderia somente pela corrupção.